13º Plano de Pastoral – 2012-2022

A Vida é dom de Deus. Jesus Cristo veio ao mundo para nos trazer vida em abundância. “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Assumindo a dimensão comunitária, intrínseca ao mistério da Santíssima Trindade, o discípulo missionário é chamado a ser um servidor da vida, da sua e de todo ser humano (DAp, 304).

A renovação das estruturas se dá através de uma grande retomada missionária que sustente a identidade do ser cristão e o alcance social, possibilitando o conhecimento da Doutrina Social da Igreja para toda a comunidade eclesial. Não se pode aceitar que o irmão sofra e passe necessidade, por isto a importância de uma caridade organizada. Há necessidade de unir as duas mesas: a mesa do Pão Eucarístico e a mesa do pão de cada dia (Mt 25,35-36.40).

A raiz da nossa vivência comunitária é a experiência de Deus, na vida e na história (At 4,32-35). Para isso, precisamos ser cristãos autênticos no seguimento de Jesus, para identificar quem são os que mais precisam, hoje, da presença solidária, acolhedora e amorosa da Igreja e viver com eles as bem-aventuranças do Reino (Mt 5,1-12). Vivemos a compaixão e a fidelidade a Cristo, que neles se revela e aí manifesta o Espírito da Verdade e da Justiça. Essa espiritualidade enraizada na vida em comunidade sustenta a “razão da nossa esperança” (1Pd 3,1-21). A Igreja deve tornar-se esse espaço que recria a vida, acalenta os sonhos e anuncia profeticamente a defesa da vida.

Unimos a mesa da Palavra com a mesa da Eucaristia, mas temos dificuldade em unir a mesa lá de casa com a mesa Eucarística dos rostos dos pobres e excluídos. É preciso recuperar a presença pública da Igreja nas políticas públicas em favor da vida humana e de toda a criação “Deus criou tudo… e viu que tudo era muito bom! (Gn 1,31); nas lutas a favor de melhorias na saúde, educação, transporte, etc. com os projetos sociais e organizações populares que favorecem o bem comum para todas as pessoas: “Cada vez que o fizestes a um desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25,40).

Precisamos viver em comunhão nos diversos meios de evangelização, para favorecer às pessoas o encontro com Jesus Cristo, através da liturgia, dos Grupos Bíblicos em Família, da catequese, e nos diversos serviços de evangelização no Reino de Deus.

É preciso mudar a rota, deixarmos ser orientados pela Palavra de Deus para sermos a luz de Cristo neste mundo tão desigual. É a Palavra que orienta o caminho, que provoca em nós atitudes de mudança, que nos chama à conversão diante da realidade que nos interpela. “Ai de mim, se eu não evangelizar!” (1Cor 9,16).

A Igreja é mediação e deve estar a serviço da vida plena para todos. “Jesus Cristo é a plenitude que eleva a condição humana à condição divina para a sua glória: ‘Eu vim para dar vida aos homens e para que a tenham em plenitude’” (Jo 10,10)(DAp, 355). “O projeto de Jesus é instaurar o Reino do seu Pai” (DAp, 361). Trata-se do Reino da vida, e esse Reino da vida que Cristo veio trazer é incompatível com todas as situações desumanas.

Nessa mesma perspectiva, as Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil afirmam que a vida é dom de Deus e que o Evangelho da vida está no centro da mensagem de Jesus Cristo e nos mostra que a Palavra de Deus ilumina o compromisso com a rede de comunidades e faz pulsar a vida do Espírito nas artérias da Igreja em meio ao mundo e que é através da promoção da cultura da vida que os discípulos missionários de Jesus Cristo testemunham verdadeiramente sua fé (DGAEIB, 2011-2015, 65-68).

Veja também:

Formação Permanente (vídeo)
Igreja, comunidade de comunidades (vídeo)
Igreja, casa da iniciação à vida cristã (vídeo)