Artigo: “Evangelho de Marcos: O Reino de Deus está próximo! (Mc 1,14-3,6)”, por Pe. Gilson Muerer

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Artigo: “Evangelho de Marcos: O Reino de Deus está próximo! (Mc 1,14-3,6)”, por Pe. Gilson Muerer

O bloco 1,14–3,6 apresenta o primeiro ensinamento de Jesus nesse Evangelho: o Reino de Deus está próximo!, que Ele, em seguida, vai confirmar e mostrar concretamente por inúmeras ações salvadoras.

Jesus aparece na Galileia (Norte de Israel, uma bela região verdejante), à beira do “Mar da Galiléia” (um lago de água doce tão extenso que é chamado de “mar”), chamando seus quatro primeiros discípulos, aqueles que desde o começo o acompanham, recolhem suas palavras e testemunham suas ações: são dois pares de irmãos pescadores: Pedro e André, Tiago e João (Mc 1,16-20). Eles entram com Jesus na sinagoga (casa de oração dos judeus) da cidade de Cafarnaum para testemunharem seu primeiro sinal nesse evangelho: libertar um homem de um “espírito impuro” (o mal inimigo de Deus). Jesus inicia sua missão libertadora da pessoa humana em dia de sábado (dia do descanso restaurador dos judeus), manifestando sua grande autoridade, e sua missão de restaurar o ser humano. Nesse mesmo dia ele ainda cura a sogra de Pedro e muitas outras pessoas, doentes e possessos (Mc 1,21-39). Efetivamente ele inaugura um novo dia para a humanidade: pois o Reino está próximo!

Jesus mostra que Deus quer uma religião que salve as pessoas: o leproso afastado da comunidade, Jesus o cura com um toque (proibido pela religião judaica); ao paralítico, Jesus perdoa seus pecados e, como prova, o faz levantar-se; Levi era cobrador de impostos e considerado pecador público, mas Jesus o chama para segui-lo e faz refeições com os pecadores (proibido pela religião). O jejum, prática religiosa penitencial, devia ceder lugar ao tempo novo de Jesus, assim como outras tradições precisavam ceder lugar ao tempo da graça. Por isso Jesus diz que não era possível colocar remendo novo sobre pano velho, vinho novo em odres velhos (Mc 2,1-28). Para Jesus, o Evangelho do Reino de Deus tem a primazia e a salvação da pessoa humana é o centro. Quando Jesus cura em dia de sábado (dia proibido de fazer qualquer ação), ele mostra que a Lei de Deus é salvar, por isso fica triste e indignado com a dureza de coração das autoridades que estavam apenas preocupadas com o cumprimento da Lei, não se importando com o pecador. Mas as autoridades não entendem assim e decidem eliminar Jesus (3,6), apesar de tantas ações salvadoras realizadas por Ele até ali.

Na próxima edição avançamos mais um bloco: a seção das parábolas de Jesus.

Imagem: Dispute with the doctors/Paolo Veronese

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