Os capítulos 11 a 13 do Evangelho de Mateus são intitulados, pela Bíblia de Jerusalém, “O mistério do Reino dos céus”, porque neles Jesus ensina diversas parábolas sobre o Reino; mas não sem antes ter que enfrentar muitos questionamentos. Tal como nos “livretos anteriores” (capítulos 3–7; 8–10), divididos em uma parte narrativa e outra discursiva, também nesse “3º. Livreto” encontramos narrações em 11–12 e discurso em 13.
A parte narrativa apresenta-nos diversos questionamentos a Jesus, como a dos seguidores de João Batista, em dúvida se ele é mesmo o Messias. Suas obras respondem por Ele (“a sabedoria foi justificada por suas obras”, 11,19) porque são sinais de Deus preanunciados pelos profetas (comparar Mt 11,4s com Is 26,19 e 29,18s). Jesus lamenta aquela geração indiferente que não aceita nenhuma proposta (11,17) e as cidades galilaicas fechadas ao seu anúncio, não sendo melhores que Sodoma e Gomorra, cidades estrangeiras conhecidas pela impiedade (Gn 19). Mas louva ao Pai porque os pequeninos, mansos e humildes como Ele, acolhem a revelação do Filho (11,25ss). Questionamentos são apresentados também pelas autoridades que o julgam transgressor da Lei por curar em dia sagrado de sábado. Mas o sábado é para salvar, portanto, Jesus cumpre de forma autêntica o mandamento. O acusam ainda de agir em nome de Beelzebu, o príncipe dos demônios. Uma acusação tão ilógica a revelar apenas que Jesus, o homem forte, salvando as pessoas dos demônios, certamente age em nome de Deus.
Na parte discursiva (c. 13), Jesus ensina diversas parábolas sobre o Reino dos céus. Em síntese, na parábola do semeador está descrito o quanto foi apenas presenciado: a semente é lançada generosamente para todos, mas alguns não oferecem terreno apropriado. Entre o trigo cresce o joio, mas não se deve escandalizar ou paralisar, importa continuar semeando o bem; mesmo se ele parece pequeno como um grão de mostarda ou pouco como o fermento, seus efeitos são grandiosos, especialmente porque produz, no coração bom, cem por um, compensando todo o empenho e generosidade.