Em meio às homenagens na missa de exéquias celebrada na Igreja Matriz da Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, duas se destacaram: as mensagens de Dom Francisco Salm, bispo de Novo Hamburgo, e Dom Agostinho Petry, bispo emérito de Rio do Sul, ambos naturais de São Pedro de Alcântara, filhos da Arquidiocese de Florianópolis e que conviveram com o Pe. Pedro A. Martendal. As mensagem foram lidas ao final da missa de exéquias pelo pároco da Paróquia São João Evangelista, do centro de Biguaçu.
Em sua mensagem, Dom Francisco descreveu Pe. Pedro com lindas palavras, que dedicou quase 60 anos da sua vida ao presbiterado: “Foi homem único, uma Padre “RARO”, um Apóstolo. Devo muito a ele. Eram impressionantes sua humildade, o seu despojamento e solidariedade; sua fé convicta, espiritualidade sincera, a alegria serena, a oração, o amor à Eucaristia, o silêncio e a capacidade de escuta; o amor a todos: às crianças, aos jovens, aos adultos, aos doentes, aos idosos e aos pobres em geral; exercitava-se na atenção aos outros; possuía o “dom das lágrimas” de que fala o Papa Francisco. Tinha um carinho especial pelas vocações, pela formação e pelos padres”.
“Pe. Pedro era uma personalidade. Passou pela vida fazendo o bem e se santificou porque muito amou. Por tudo isso eu gostaria de estar na Missa de Exéquias e agradecer a Deus. Não posso. Vou celebrar aqui por ele, pelos familiares e pela Arquidiocese. Meu abraço”, finalizou o bispo de Novo Hamburgo.
Já Dom Agostinho, iniciou sua mensagem com uma citação: “Com a morte a vida não é tirada… ela é mudada. É desfeita nossa habitação terrena, nos é dada uma eterna mansão no céu”. (cf. MR. Prefácio dos Defuntos).
O bispo emérito de Rio do Sul afirmou que, “ao tomar conhecimento da triste notícia do falecimento do Padre Pedro Martendal, meu grande amigo e irmão, companheiro de longos dias e anos de convivência no Seminário, desejo expressar ao senhor e a toda Paróquia São João Evangelista de Biguaçu, famíliares e amigos, os mais sentidos pêsames. Tendo presente o Padre, fiel por tantos anos a sua missão, dentro da sua simplicidade, humildade, fragilidade e de uma espiritualidade inquestionável, peço ao Bom Deus que lhe conceda a eterna recompensa prometida. Que a fé em Deus transforme em esperança a hora dolorosa em que vivem.”
Pe. Pedro Martendal faleceu na noite deste domingo, dia 12 de novembro de 2023, aos 84 anos. Desde março deste ano, estava no Asilo Irmão Joaquim para cuidados de saúde. Sua despedida aconteceu em dois momentos: na Catedral, onde passou grande parte da sua vida, e em Biguaçu, sua cidade natal.
Despedidas e homenagens na Catedral Metropolitana
Com a Catedral lotada, familiares, amigos e fiéis puderam se despedir do Pe. Pedro Martendal na manhã desta segunda-feira, dia 13 de novembro. Às 10h, foi celebrada uma missa, presidida pelo Arcebispo de Florianópolis, Dom Wilson Tadeu Jönck, com a presença também de autoridades, entre elas o prefeito da capital, Topázio Neto.
A celebração foi marcada por lágrimas de despedida, mas também com gratidão e homenagens pelo grande testemunho de incansável ardor apostólico e coração tomado pelo Evangelho. Na homilia, Dom Wilson destacou os quase 60 anos de vida presbiteral do Pe. Pedro e como sua vida frutificou em diversas paróquias e fiéis de toda a Arquidiocese, num rastro de amor e santidade, mesmo que silencioso.
A capital decretou luto oficial pelo período de três dias, em virtude do falecimento do Pe. Pedro Adolino Martendal, vigário paroquial da Catedral Metropolitana. O decreto aponta os 58 anos de ministério sacerdotal do presbítero e os “preciosos trabalhos dedicados à Igreja e ao Município de Florianópolis no decorrer de sua vida como Padre”.
Biguaçu homenageia seu filho amado
Em seguida o corpo foi transladado para a Igreja Matriz da Paróquia São João Evangelista, em Biguaçu, onde foi celebrada uma missa de exéquias às 16h, também presidida pelo arcebispo. Dezenas de padres co-celebraram, prestando uma última homenagem ao formador e amigo que tanto os inspirou e ajudou na caminhada vocacional ao longo de todos esses anos. Sua família, entre eles os sete irmãos ainda vivos, acompanhava agradecida as homenagens dos fiéis e da Igreja. Com a matriz lotada, a chuva dava um clima ainda mais triste a despedida.
“Somos muito agradecidos por ter tido um padre como o Pe. Pedro em nosso clero. Ele representa, com a sua vida, um caminho de fidelidade, de zelo, de amor, que devemos também seguir. Que os mesmos valores que iluminaram a vida do Pe. Pedro também possam iluminar a nossa vida”, destacou o arcebispo.
A Prefeitura de Biguaçu também decretou luto oficial de três dias “devido a todo o seu importante trabalho junto à Igreja Católica e à comunidade”. “O prefeito Salmir da Silva, o vice-prefeito Alexandre Martins de Souza, secretários e servidores municipais se solidarizam aos familiares e amigos de Pe. Pedro neste momento de dor e consternação”, afirmou a nota da prefeitura.
O sepultamento ocorreu em seguida, com o corpo transladado pelo caminhão do corpo de bombeiros e seguidos por familiares, amigos e fiéis, até o cemitério de Fundos, na cidade natal do padre.