Feliz coincidência da Arquidiocese de Florianópolis a valorização da figura e da história de Catarina de Alexandria, três vezes padroeira: Da Ilha de Santa Catarina, do Estado Barriga Verde e da Catedral Metropolitana. Nasceu em Alexandria do Egito, no final do terceiro século, cresceu pagã e se converteu ao cristianismo na juventude. Venerada como virgem e mártir, padroeira dos filósofos, artistas e trabalhadores e das mães que amamentam. Por todas estas virtudes Catarina pode ser perfeitamente associada às preocupações do Papa Francisco na instituição do Dia Mundial dos Pobres e às preocupações da Igreja no Brasil que celebra o ano nacional do laicato.
O Papa Francisco propôs como tema para o dia mundial dos pobres: “Não amemos com palavras, mas com obras”. Segundo ele: “O amor não admite álibis. Quem pretende amar como Jesus Amou, deve assumir o seu exemplo, sobretudo quando somos chamados a amar os pobres”, é neste contexto que Catarina de Alexandria serve de inspiração e modelo a ser imitado. Condenada à morte violenta, fez jorrar do seu martírio leite para saciar a fome. Também os leigos cristãos atentos às situações de indigência que interpelam a consciência, merecem se inspirar nas palavras do Papa Bento XVI: “Pode-se afirmar que bastaria menos da metade das somas globalmente destinadas a armamentos para tirar de modo estável, da indigência o exército ilimitado dos pobres” (Sacramento da Caridade 90).
A virgem e mártir Catarina serve de imitação também para entender as palavras do Papa Bento: “Dirijo um apelo a todos os fiéis para que se tornem realmente obreiros da paz e da justiça, num mundo marcado por violências, guerras, terrorismo, corrupção econômica e exploração sexual. É preciso denunciar as circunstâncias que estão em contraste com a dignidade humana” (Sacramento da Caridade 89).
A padroeira dos filósofos, estudantes, educadores e artistas serve de inspiração no mundo da cultura, onde “crentes e não crente podem dialogar sobre temas fundamentais da ética, da arte e da ciência e sobre a busca de transcendência” (Evangelho da Alegria 231). Catarina também pode “incentivar e apoiar os cristãos leigos e leigas para que nos diferentes campos das artes e da cultura popular, apontem para o sentido da vida e da sua transcendência, contribuindo para a obra evangelizadora” (Documento da CNBB 105 nº 268d).
A santa que por sua fé quebrou a roda que gerava a morte, inspira os cristãos leigos e leigas a “animar e manifestar nossa solidariedade aos trabalhadores da conquista e preservação de seus direitos a apoiar e participar de iniciativas de combate ao trabalho escravo e/ou infantil no campo e na cidade” (Documento da CNBB 105 nº 267d e g).
Finalmente e não por último, a santa de todos os catarinenses repete o convite da Palavra de Deus: “Filhinhos, o nosso amor não deve ser somente de palavras e de conversa. Deve ser um amor verdadeiro, que se mostra por meio de ações. (1JO 3,18).
Por Pe. Élcio Alberton
Capelão do Hospital Marieta Bornhausen e
Colaborador na Paróquia Santíssimo Sacramento – Itajaí