No ano de 1922 a Catedral Metropolitana passou por uma reforma e ampliação, e por ordem de Dom Joaquim Domingues de Oliveira, então bispo da diocese de Florianópolis, a imagem da Santa Catarina de Alexandria foi transferida para a Capela São Sebastião, no Campeche, também na capital.
“É uma imagem provavelmente de fabricação espanhola, de estilo barroco, chamada imagem de roca, tendo seu corpo fabricado de armação de sarrafos de madeira, envolvidos em pano. Aparecem descobertos apenas as mãos e o rosto, esculpidos em forte madeira de cedro ou pinho de Riga. É como se fosse um manequim, uma imagem para ser vestida”.
A Catedral, em seu altar-mor, passou a ter uma nova imagem da Santa Catarina de Alexandria, talhada em madeira, vinda da Áustria em 1920.
A imagem que veio para o Campeche foi recebida com festa por seus moradores e logo foi formada uma irmandade de Zeladoras da Santa que tinham a tarefa de rezar, zelar e vestir a santa. Os fiéis, em gratidão por graças alcançadas faziam promessas e doavam roupas (vestidos e capas) para vestir a santa como também cabelos para a confecção de perucas. Por receber muitas vestimentas, algumas eram cedidas para as crianças pobres da comunidade para serem usadas no dia da Primeira Eucaristia. Quando a santa era vestida, a igreja era fechada e apenas as zeladoras poderiam participar no que constituía um ritual religioso e que se mantém até os dias de hoje.
Dom Joaquim até quis levar a imagem de volta para a Catedral, mas desistiu da ideia, pois os fiéis já tinham “agarrado” amor à santa. Segundo o pesquisador e antropólogo Franklin Cascaes, essa é a imagem que dá origem ao nome da Ilha de Santa Catarina.
Para marcarmos o centenário da imagem na comunidade do Campeche, rezaremos uma novena cantada no dia 24 de novembro, às 20; uma missa solene no dia 25, em honra a Santa Catarina de Alexandria, também às 20h; e, finalizando as homenagens à padroeira do Estado, missa festiva no sábado dia 26, às 18h.
Hugo Adriano Daniel
Professor/Historiador