No segundo dia do Tríduo Pascal, Sexta-feira Santa, a Igreja em todo mundo revive os momentos dolorosos da Paixão, Morte e Sepultura do Senhor. Como também, é proclamada a Oração Universal, na qual são feitos os pedidos por todas as intenções do mundo.
É o único dia do ano em que não é consagrada a Eucaristia. Porém, os fiéis a recebem normalmente, porque foi consagrada na Celebração da Quinta-feira Santa.
O Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, presidiu a Ação Litúrgica da Paixão do Senhor, na Catedral Metropolitana, neste dia 30 de março.
Dom Wilson e os demais padres entraram em procissão, em silêncio, fizeram referência e se prostraram no altar, em postura de adoração, súplica e submissão. Com esta ação, o sacerdote expressa a convicção do seu nada diante da Majestade divina. Como o Filho se anulou, o sacerdote reconhece seu nada e, assim, tem início sua mediação sacerdotal entre Deus e o povo, que culmina na oração universal solene.
Na homilia, Dom Wilson disse que “Sexta-feira Santa é um momento diferente. Jesus está morto. A ausência de Cristo entre nós deve ser expressa no silêncio. É importante fazer silêncio. Aprendamos a experimentar nosso sofrimento em profundidade. Viver a tristeza, o luto, nos dá uma dimensão muito importante do que é a vida humana”. O Arcebispo prosseguiu ao destacar que “Cristo era Deus, poderia escolher. Mas escolheu essa forma, o sofrimento extremo. Onde se despojou de tudo e entregou tudo, até a última gota de sangue. Eu estou salvo, porque Cristo deu a sua vida por mim, por você”.
Confira as fotos da Ação Litúrgica desta Sexta-feira Santa.
Para o seminarista Adson da Silva Muniz, 21, que está no primeiro ano de teologia, “A Sexta-feira Santa é a oportunidade que nós temos para voltarmos ao evento histórico de nossa fé. Descobrimos a capacidade de doação, amor e entrega de Deus por cada um de nós, ao ponto de se despojar totalmente de si, assumir a condição de escravo, e morrer para nos salvar”.
Após a adoração da Santa Cruz, o Movimento Água Jovem, da Paróquia Nossa Senhora do Loreto, de Florianópolis, encenou a Paixão de Cristo, na escadaria da Catedral. Há 11 anos eles fazem esta apresentação que relembra os passos sofridos de Jesus até a cruz, emocionando a todos.
A estudante Heloísa de Oliveira, 17, está na organização da encenação há dois anos. Ela conta que os ensaios ocorrem desde janeiro deste ano. “É um momento de muita entrega, onde tentamos transmitir ao máximo do que Jesus passou. Buscamos passar este amor para quem está assistindo”, afirma a estudante.
A Sexta-feira Santa terminou com a descida da Cruz e a Solene Procissão da imagem do Senhor morto, que percorreu as ruas centrais de Florianópolis.
Padre Sérgio Olivo Germia, vigário paroquial da Paróquia Santa Teresinha e coordenador arquidiocesano da Pastoral do Migrante, proferiu o Sermão das Dores.
“Você consegue imaginar Cristo subindo o Monte Calvário reclamando? Ele teria mil motivos para estar reclamando e lamentando. Não foi esse o comportamento de Cristo. Muitas vezes somos convidados a carregar a Cruz de quem está do nosso lado. Aprendamos a sofrer o sofrimento do nosso irmão. A ser uma presença, um sustentáculo na vida do irmão”, Dom Wilson ainda na homilia desta Sexta-feira Santa, dia de silêncio e comunhão com o Senhor Morto.
O Tríduo Pascal se encerra neste Sábado de Aleluia, 31, quando a Igreja celebra a Vigília Pascal, a ressurreição de Cristo. Na Catedral, o Arcebispo preside às 19h30. Procure a paróquia mais perto de sua casa e participe deste importante momento da fé cristã!
Fotos Nátali Schönardie
Juliano Dequigiovanni
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