A fé na vida eterna fez com que os cristãos sempre cultivassem com muito respeito a memória dos mortos. Desde o início da Igreja se consolidou o costume de rezar pelos fiéis defuntos. Os túmulos dos primeiros cristãos se tornaram lugares de oração, de memória e reflexão. O sepultamento dos mortos se constitui em momento importante na vida da comunidade cristã. Hoje, porém, cada vez mais se adota o costume de cremar os corpos dos defuntos.
Tendo em vista o crescente número de cremação, a Congregação para a Doutrina da Fé emanou uma Instrução a respeito da sepultura dos defuntos e da conservação das cinzas da cremação. Este documento afirma que a Igreja continua a preferir a sepultura, pois evidencia uma maior estima pelos defuntos.
O documento estabelece algumas normas sobre a cremação. 1) As cinzas sejam conservadas em um lugar sagrado, especialmente dedicado para este fim. 2) As cinzas não devem ser guardadas em casa. 3) As cinzas não sejam divididas entre vários núcleos familiares. 4) Sejam colocadas em lugar com adequadas condições de conservação.
E continua. Para evitar equívoco panteísta, naturalista e nihilista, não seja permitida a dispersão das cinzas no ar, na terra ou na água, ou em qualquer lugar. Exclua-se, também, o uso das cinzas para decoração em peças de joalheria ou outros objetos. Observa ainda que se um defunto tiver manifestado, em vida, o desejo da cremação e dispersão das cinzas por razões contrárias a fé cristã, devem ser negadas as exéquias.
Gostaria de incentivar as paróquias e comunidades que iniciem a construção de lugares adequados para depositar as cinzas dos nossos mortos. Seja um lugar onde se pode reunir para rezar e cultivar a memória dos fiéis defuntos.
A íntegra da Instrução “Ad Resurgendum cum Christo” pode ser encontrada no site: www.arquifln.org.br.
Por: Arcebispo de Florianópolis – Dom Wilson Tadeu Jönck, scj
Artigo publicado na edição de novembro/2016, nº 229, do Jornal da Arquidiocese