O Seminário Estadual “Violência contra a juventude em Santa Catarina” foi um sucesso de discussões e participação. O evento, organizado pelo Instituto Catarinense de Juventude (ICJ), reuniu mais de 30 organizações, no dia 30 de maio, em São José. Instituições que ouviram e participaram de debates sobre “Tráfico de Drogas e Violência”; “Segurança Pública e Redução da Maioridade Penal”; “Causas estruturais da violência”.
Livro inédito
Durante o Seminário, o ICJ fez o lançamento de um documento inédito em Santa Catarina, o livro “Vozes da juventude catarinense: rodas de conversa”. A obra traz relatos, vozes e gritos da juventude catarinense.
Ao longo de 2014, colaboradores do Instituto realizaram 45 rodas de conversa em 15 cidades, com um único objetivo: escutar os jovens e conhecer a realidade da juventude. “São cerca de 300 vozes que foram ouvidas, porém ainda há muitas vozes a serem ouvidas. Queremos fazer ecoar essas vozes”, comenta um dos autores da obra, Rodrigo Silva.
Causas estruturais da violência
“Por que ao invés de políticas para combater os efeitos, não podemos ter políticas para atuar nas causas?” A pergunta é do economista Ivo Marcos Theis, durante a palestra “Causas estruturais da violência”. “A violência aumentou e é preciso mais políticas públicas. O jovem negro é a grande vítima da violência no Brasil”, trouxe Theis.
“Por que o projeto da redução da maioridade penal voltou a discussão agora? Será uma consciência? Acredito que não. É muito mais fácil discutir segurança falando das classes menos favorecidas do que da falta de segurança institucional. Mata muito mais o dinheiro desviado de hospitais do que a faca utilizada por um traficante”. A reflexão é do delegado de Polícia Civil Rodrigo Bueno Gusso durante ao painel “Tráfico de drogas e violência”.
Segurança Pública e Redução da Maioridade Penal
“A redução da maioridade penal é culpabilizar os jovens, como se eles fossem responsáveis pela falta da segurança. Dizer que a escalada da violência tem como responsável o adolescente é uma irresponsabilidade”, traz a professora doutora Andréa Fuchs (UFSC).
“Morrem 150 jovens por dia de morte violenta. É como se a cada dois dias caísse um avião cheio de jovens e achamos isso normal”, lembra o juiz corregedor do TJSC Alexandre Karazawa Takaschima.
O livro e o seminário tem o apoio do MZF (Missionszentrale der Franziskaner) e Fundo Nacional de Solidariedade/CNBB/Cáritas.
Além de importantes discussões, o evento também contou com a participação do grupo Expressão Arte, de Araranguá, com a coreografia “Diverso”.
Por: jornalista Davi Carrer / Secretaria do Instituto Catarinense de Juventude