Neste ano em que se celebram os 40 anos do Documento de Puebla, vêm à tona a opção da Igreja pelos jovens. O Sínodo dos Bispos e a publicação de seu documento final sobre “Os, a fé e o discernimento vocacional”, junto com a Exortação apostólica Christus vivit do Papa Francisco, oferecem ocasião para resgatar e atualizar a opção da Igreja latino-americana pelos jovens.
Opção pelos pobres e jovens
No capítulo sobre a Igreja missionária a serviço da evangelização, o Documento de Puebla faz duas opções: pelos pobres e pelos jovens. Pelos jovens, porque “a juventude latino-americana deseja construir um mundo melhor e busca os valores evangélicos da verdade, justiça e amor” (DP, 1131). Consideram os bispos que “os pobres e os jovens constituem a riqueza e a esperança da Igreja na América Latina e sua evangelização é, por conseguinte, prioritária” (DP, 1132).
Retomada atual
A opção pelos jovens foi feita com grave percepção da realidade e decidida vontade de levar em frente essa nobre causa. Mas houve como que um arrefecimento. Aqui e ali algumas dioceses e paróquias e movimentos trabalharam com afinco nessa frente de evangelização. Mas faltava algo mais. Como na parábola da semente, que uma vez semeada tem o seu tempo de germinação e maturação, também esta opção levou tempo – 40 anos – para ser assimilada por toda a Igreja. Agora, é a Igreja inteira, sob a liderança do Papa Francisco, que chama em causa esta opção.
O lugar dos jovens
Puebla Caracteriza a juventude não só como idade cronológica, mas como atitude frente à vida, espírito de aventura, capacidade criadora de respostas novas diante dos desafios da transformação social, liberdade autêntica e simples, que rejeita com rebeldia a sociedade invadida por hipocrisia e contravalores.
Considera a importância dos jovens no corpo social e na Igreja e convida-os a sentirem-se Igreja, novo povo, o povo das bem-aventuranças. Afirma que a Igreja confia nos jovens, vê na juventude um verdadeiro potencial para o presente e o futuro da evangelização. Sugere uma diferencial e orgânica pastoral da juventude, que se caracterize por levar em conta a realidade social dos jovens e apresentar-lhes o Cristo vivo, homem e Deus, modelo de autenticidade, simplicidade e fraternidade.
Publicado na edição de abril de 2019, do Jornal da Arquidiocese, página 05
Por Pe. Vitor Feller