O Papa Francisco recebeu no dia 05 de junho, no Vaticano, os participantes no capítulo geral dos Sacerdotes do Coração de Jesus (Dehonianos) e afirmou que espera que o processo de beatificação do fundador da congregação “acabe bem”.
O padre Leão Dehon (1843-1925) foi declarado venerável por João Paulo II em 1997 e o mesmo Papa anunciou a sua beatificação para 24 de abril de 2005; a morte do santo polaco impediu a cerimônia e Bento XVI viria depois a adiar a beatificação por causa de algumas expressões sobre o judaísmo nos escritos do sacerdote francês.
“É um problema de hermenêutica: deve estudar-se uma situação histórica com a hermenêutica desse tempo, não com o tempo de agora”, observou Francisco, no encontro desta manhã.
“Rezai por mim, na humildade, também na humilhação, como o vosso fundador vos pediu. Quero que este processo de beatificação acabe bem, rezo por vós”, prosseguiu.
O Papa deixou de lado o discurso que tinha preparado e falou da sua experiência na Argentina, em particular com o bispo dehoniano D. Virginio Bressanelli, antigo superior geral da congregação.
“Conheci tantos bons confessores, homens de misericórdia, gosto deste lema: a misericórdia em comunidade para ir ter com o mundo, com as pessoas. Sair de si mesmos como, permitam-me que o diga, o quase beato Dehon”, assinalou.
Segundo o Papa, Leão Dehon “pediu a graça da humilhação e vê-se que Deus lha deu após a morte”.
“Uma coisa que sempre me tocou é a oração que ele recomendava fazer diante do Santíssimo Sacramento, todos os dias, pela Igreja, pela unidade da Igreja, sair, mas rezar”, acrescentou.
Segundo Francisco, esta oração é “uma boa maneira de ‘perder tempo’, com misericórdia”.
“O mundo está ferido, tem necessidade das carícias de Deus. Hedonismo, ódio, querer o poder: o mundo está doente, há muitas doenças”, alertou.
O Papa saudou o novo superior geral, padre Heiner Wilmer, eleito durante o Capítulo Geral que decorre em Roma até sábado, e entregou o discurso que tinha preparado, o qual foi publicado pela sala de imprensa da Santa Sé.
O texto deixa o desafio de ser “misericordiosos”, recordando todos os que trabalham, “muitas vezes em condições difíceis, em diversas partes do mundo”.
“A misericórdia é a palavra-síntese do Evangelho, podemos dizer que é o ‘rosto’ de Cristo. E o Senhor chama-vos a ser ‘canais’ deste amor, em primeiro lugar para com os últimos, os mais pobres, que são os privilegiados a Seus olhos”, refere o Papa.
Francisco faz votos de que as orientações elaboradas pelo Capítulo Geral guiem os Sacerdotes do Coração de Jesus a prosseguir “com generosidade” o seu caminho.
Por: Site da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus – www.scj.org.br