Semana Nacional da Vida: a defesa pela vida em todas as suas fases

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Semana Nacional da Vida: a defesa pela vida em todas as suas fases

Toda a Igreja do Brasil se une pela defesa da vida em todas as suas fases na Semana Nacional da Vida celebrada do dia 1º até o dia 7 de outubro de 2024. Em 2024, o tema abordado será sobre os idosos: “Idosos, memória viva da nossa história!” – “Na velhice darão frutos” (Salmos 92,15). No dia 8, celebra-se o dia do nascituro, com o objetivo de despertar a atenção da sociedade para o direito à vida de cada pessoa já concebida, mas ainda não nascida.

Foto: Unsplah

O Papa Francisco na Evangelii Gaudium, texto programático do seu pontificado, recordou que na ação da Igreja “há um sinal que nunca deve faltar: a opção pelos últimos, por aqueles que a sociedade descarta e joga fora” (EG, 195). “Entre estes seres frágeis, de que a Igreja quer cuidar com predileção, estão também os nascituros, os mais inermes e inocentes de todos, a quem hoje se quer negar a dignidade humana para poder fazer deles o que apetece, tirando-lhes a vida e promovendo legislações para que ninguém o possa impedir. Muitas vezes, para ridiculizar jocosamente a defesa que a Igreja faz da vida dos nascituros, procura-se apresentar a sua posição como ideológica, obscurantista e conservadora; e, no entanto, esta defesa da vida nascente está intimamente ligada à defesa de qualquer direito humano (…). (EG, 213).

Na semana pela vida em 2024 a Igreja expressa que a sua posição em defesa da vida se dá em todos os momentos, por isso a escolha do tema sobre os idosos, esquecidos e descartados em uma sociedade sempre mais utilitarista e economicista. A solidão e o descarte dos idosos não são casuais nem inevitáveis, mas fruto de opções – políticas, econômicas, sociais e pessoais – que não reconhecem a dignidade infinita de cada pessoa. A Igreja fundamentada no respeito pela dignidade humana, vem dizer não a essa cultura. Para a Igreja, cada pessoa, independentemente da sua idade ou condição, possui um valor intrínseco, sendo criado à imagem e semelhança de Deus. Os idosos, em particular, representam a memória viva de uma comunidade, de uma cultura, e têm um papel essencial na transmissão da fé e dos valores morais. Eles dão frutos na velhice, já diz o nosso Salmo, como sugere o lema da Semana Nacional da Vida. É necessário lutar contra a cultura do descarte. Não é por causa do envelhecimento que se perde a dignidade, que se perde o valor e, que, portanto, se perde o direito à vida. Esteja a vida em qual momento estiver, sempre será uma vida digna de ser vivida, porque é sagrada.

Perita em humanidade, a Igreja, na Semana Nacional da Vida, reforça seu empenho em defender o dom mais preciso de Deus: a vida, em todos as suas fases, do início à morte natural.

Pe. Dr. Phd. Lino Batista de Oliveira
Capelão do Hospital de Caridade
Pós doutor em bioética em 2023 (PUCPR)

O que diz o Papa Francisco?

100. Às vezes, infelizmente, as ideologias levam-nos a dois erros nocivos. Por um lado, o erro dos cristãos que separam estas exigências do Evangelho do seu relacionamento pessoal com o Senhor, da união interior com Ele, da graça. Assim transforma-se o cristianismo numa espécie de ONG, privando-o daquela espiritualidade irradiante que, tão bem, viveram e manifestaram São Francisco de Assis, São Vicente de Paulo, Santa Teresa de Calcutá e muitos outros. A estes grandes santos, nem a oração, nem o amor de Deus, nem a leitura do Evangelho diminuíram a paixão e a eficácia da sua dedicação ao próximo; antes pelo contrário…

101. Mas é nocivo e ideológico também o erro das pessoas que vivem suspeitando do compromisso social dos outros, considerando-o algo de superficial, mundano, secularizado, imanentista, comunista, populista; ou então relativizam-no como se houvesse outras coisas mais importantes, como se interessasse apenas uma determinada ética ou um arrazoado que eles defendem. A defesa do inocente nascituro, por exemplo, deve ser clara, firme e apaixonada, porque neste caso está em jogo a dignidade da vida humana, sempre sagrada, e exige-o o amor por toda a pessoa, independentemente do seu desenvolvimento. Mas igualmente sagrada é a vida dos pobres que já nasceram e se debatem na miséria, no abandono, na exclusão, no tráfico de pessoas, na eutanásia encoberta de doentes e idosos privados de cuidados, nas novas formas de escravatura, e em todas as formas de descarte. Não podemos propor-nos um ideal de santidade que ignore a injustiça deste mundo, onde alguns festejam, gastam folgadamente e reduzem a sua vida às novidades do consumo, ao mesmo tempo que outros se limitam a olhar de fora enquanto a sua vida passa e termina miseravelmente.

*Exortação Apostólica Gaudete et Exsultate do Santo Padre Francisco sobre a chamada à santidade no mundo atual

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