Páscoa: Graça e Missão

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Páscoa: Graça e Missão

O encontro com o Ressuscitado é graça e missão. Cada pessoa foi “alcançada por Cristo” (Fl 3,12) no dia do seu Batismo. Nesse dia a Páscoa de Cristo nos tocou e recebemos vida nova. Aquele que foi batizado inicia um caminho que tem como meta e referência o próprio Jesus, como exorta a carta aos Hebreus: “com olhos fixos em Jesus” (Hb 12,2). Este caminho vocacional de graça é feito na companhia do próprio Jesus, o qual propõe o caminho da santidade: “Sede misericordiosos como o vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

A vida de cada vocacionado e vocacionada é uma resposta de amor e gratidão a Deus que amou por primeiro na entrega do seu Filho pelo alto preço da cruz que nos resgatou em seu mistério pascal. Assim o seguimento do Ressuscitado invade o coração do discípulo com uma profunda alegria que não é externa e nem fugaz. Trata-se de uma alegria que dá um novo sentido à vida. A cada dia, há um novo encontro com o Mestre que vai suscitando na vida do discípulo atitudes conformes aos seus ensinamentos. E a cada encontro vai acontecendo uma transformação na vida do seguidor de Jesus. Trata-se de um imperativo em sua vida que exige conversão, mudança de pensamento e de estilo de vida, configurando-se e tendo por referência o estilo de vida de Jesus.

A partir do Batismo, o cristão tem uma dívida de gratidão para com Deus, dívida impossível de ser saldada. Há uma ideia fixa em muita gente que pensa que, pelo bem que se faz, Deus deverá recompensar. Na verdade, Deus já nos deu a graça da salvação antecipadamente, gratuitamente e sem mérito nenhum de nossa parte, pelo sacrifício de Cristo na cruz. Como consequência abre-se nova perspectiva, a saber, viver com filhos da luz, em palavras e atitudes, pois passamos das trevas à luz. Essa nova vida comporta, além da união com Cristo e com os irmãos, também a missão. Lembra o Papa Francisco na Evangelii Gaudium, 120: “Cada cristão é missionário na medida em que se encontrou com o amor de Deus em Cristo Jesus; não digamos mais que somos ‘discípulos’ e ‘missionários’, mas sempre que somos ‘discípulos missionários’. Se não estivermos convencidos disto, olhemos para os primeiros discípulos, que logo depois de terem reconhecido o olhar de Jesus, saíram proclamando cheios de alegria: ‘Encontramos o Messias’ (Jo 1,41).”

Pe. Alcides Albony Amaral
Coordenador Arquidiocesano de Pastoral

Como eu vivo a alegria da Páscoa na minha vida?

“Sou chamada a viver a Páscoa todos os dias. Sou paciente com Esclerose Múltipla, doença neurológica degenerativa. Quando fui diagnosticada em 2001 senti que a existência desta doença não era por acaso. Hoje me tornei deficiente física, ajudo outras pessoas a lutar por direitos e viver cada dia melhor. Sou voluntária da Associação Florianópolis e Região de Esclerose Múltipla (AFLOREM). A força que possuo vem do amor do Senhor por nós. Louvo todos os dias, pois mesmo com as dificuldades me reinvento e sou feliz de verdade.”
Suelen Alves, Leonardo Silva Lemos e Heitor Alves Lemos | Santuário Nossa Senhora de Fátima – Estreito/Florianópolis

“Há alguns anos com minha vivência de Igreja tive a possibilidade de intensificar a minha Semana Santa, em especial no Tríduo Pascal. Nela sinto com profundidade o mistério que é impregnado, o serviço e a comunhão da ceia, o silêncio e a dor do sacrifício, e a ansiedade é a espera pela Páscoa. Além disso, o sinal mais profundo da Páscoa de Cristo no meu cotidiano é a Santa Missa. Pois nela é refeita a ceia, refeito o sacrifício e anunciada a ressurreição. Participar disso é meu principal impulso para continuar a seguir o Cristo.”
Luís Ricardo Pires, 22 anos | Paróquia Sagrados Corações – Barreiros/São José

“Eu sei que a Páscoa é bem mais que chocolate. A Páscoa é a ressurreição de Jesus. Antes Ele morreu na cruz e foi colocado numa caverna. Mas uns dias depois eles foram lá e não encontraram Jesus e souberam que Ele ressuscitou. Na minha vida eu tento fazer o bem e ir na igreja para saber mais sobre Jesus e rezar para Ele.”
Martina Dias dos Santos, 8 anos | Paróquia Nossa Senhora de Lourdes – Fazenda/Itajaí

“A preparação para a Páscoa do Senhor, em nossa família, inicia na Quarta-feira de Cinzas e continua durante o Tempo da Quaresma, onde buscamos através da oração, do jejum e da caridade nos aproximar mais de Deus e dos irmãos. Buscamos esta aproximação também através do Sacramento da Reconciliação (confissão) o qual, além de nos aproximar mais do Senhor, fortalece nossa fé, para que no dia da Ressurreição do Senhor estejamos prontos para celebrar a Vida Nova, o amor de Deus e a nova chance que Ele nos dá de nos renovarmos também.”
Silvana, Geraldo, Jessica e Guilherme Leite | Casal Responsável da Região Santa Catarina 1 das Equipes de Nossa Senhora

“Creio que viver a Ressurreição, a Páscoa, na minha vocação missionária é tentar dar um testemunho, valorizar o meu Batismo e viver aquilo que a Igreja nos convida. Um pequeno testemunho da minha Paróquia São Judas Tadeu, de Barreiros, que nesta Quaresma realizou um retiro penitencial: participando dos encontros semanalmente, fez crescer em mim a vontade de viver a Páscoa de Cristo e buscar a ressurreição. Jesus que se deu por inteiro para nos dar a Ressurreição, para que um dia possamos ressuscitar com Ele. Convido a todos para que façam essa caminhada de dar testemunho cristão missionário. Valorizar o Batismo nos leva a crer pela graça e pela ressurreição de Cristo, que entregou a Sua vida por nós. Também alcançaremos a nossa ressurreição um dia.”
Domingos Pereira – Conselho Missionário Diocesano (COMIDI) da Arquidiocese de Florianópolis

“Bom, vivo a Páscoa em minha vida tentando ensinar e ajudar o próximo como Jesus Cristo fez; busco sempre passar esses valores para meus filhos também. Além disso comemoramos sobre o corpo e o sangue dele que foi derramado por cada um de nós. Dessa forma busco sempre praticar a caridade e a humildade, pois, assim como me estenderam a mão quando minha família precisou, eu também preciso estar disposta a ajudar meus irmãos necessitados. Jesus morreu na Cruz por minha salvação e ressuscitou por amor a mim, preciso a cada dia tentar merecer ao menos um pouco tudo que Ele fez e faz por todos nós.”
Flor Solange Aguana Garcia | Veio da Venezuela no início de 2018 e ficou na Casa do Migrante, entre dezembro de 2021 e fevereiro de 2022

Jornal da Arquidiocese

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