Nota de esclarecimento sobre a Missa de Crisma em Botuverá

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Nota de esclarecimento sobre a Missa de Crisma em Botuverá

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Diz respeito à Nota lançada pela Prefeitura de Botuverá, no dia 30 de novembro p.p., a propósito dos acontecimentos na Missa da Crisma realizada no dia 28 de novembro na Matriz São José.

Diz a nota que tudo poderia “ser evitado com a observância às diretrizes do Estado”. Tenho a dizer que na Arquidiocese de Florianópolis são mais de 70 paróquias. Todas elas são orientadas a seguir as normas lançadas pela autoridade sanitária com referência aos cuidados preventivos com relação à COVID-19. Em todos os lugares de culto, os assentos estão demarcados de acordo com a capacidade estipulada pelos decretos do Estado, é fornecido álcool gel para todos os participantes, e é obrigatório o uso de máscara. Até agora não tivemos problemas. O nosso pedido é que se observe o que é prescrito pela autoridade. Nós nos consideramos colaboradores do Estado no seu esforço no combate à pandemia.

Também em Botuverá, tudo estava organizado seguindo à risca as normas da autoridade sanitária: distanciamento, lugares demarcados para todos os participantes, fornecimento de álcool gel. Todos os presentes usavam máscaras. O fato de que a missa tenha sido no salão deve ser visto sobretudo como um esforço para cumprir aquilo que é o espírito das normas sanitárias. Causa revolta, quando o argumento usado é de que pelo fato de a missa ser celebrada no salão ela se tornava um evento e este era proibido. Ora, se não se consegue ver a diferença entre uma missa e um baile de carnaval, se torna difícil conversar. Havia uma insistência para se achar um motivo para implicar. Sinceramente, não consigo encontrar o motivo para tal implicância. Mas deve haver um motivo.

Devo dizer que, pessoalmente, a parte que mais me feriu foi a ordem de interromper a missa. E foram repetidas ameaças de que iriam entrar e acabar com a celebração. Preciso dizer que a celebração da missa não se interrompe na metade. Nos mais de 40 anos de sacerdócio, isto nunca me aconteceu. Tenho lido nos noticiários que tais fatos acontecem em regiões onde há perseguição contra os cristãos. Aproveitam quando a comunidade está reunida para atacar. Não esperava passar por esta experiência em Botuverá.

Quero, enfim, expressar minha admiração pelo povo de Botuverá, expressa em tantos momentos de sua história. Que este lamentável episódio não marque negativamente a harmonia e a convivência da comunidade.

Florianópolis, 1º de dezembro de 2020.

+ Wilson Tadeu Jönck, SCJ
Arcebispo Metropolitano de Florianópolis

Clique aqui para fazer o download da Nota de Esclarecimento na íntegra.

BotuveráCOVID-19Dom Wilson Tadeu JönckPandemiaParóquia São José

8 respostas

  1. Estamos com Cristo e com o Sr. Dom Wilson. Todos de nossa família ficamos angustiados com o acontecido. De fato, estão usando esse momento para perseguir e ultrajar não só os cristãos, mas, ao próprio Cristo Nosso Senhor. Pedimos com amor de filhos, não nos abandone nestes tempos e nos envie sua bênção apostólica. Que Nossa Senhora de Fatima o guarde.

  2. Grande parte da sociedade já não tem acesso a um atendimento de saude de qualidade, alimentação de boa qualidade, emprego e renda dignos e agora querem tirar do povo a fé e o direito de expressão junto a sua comunidade respeitando as regras dos orgãos da saude publica.Muitos esperam justamente esse momento (a missa) para renovar seu ânimo, suas forças para seguir em frente e nos ajudarmos mutuamente num mundo que parece cada vez mais egoista e voltado para os interesses do poder.Muito triste tudo isso!!!Busquemos no Senhor sabedoria e força (salmo 23)!!

  3. Boa tarde, Sou jornalista daqui de um jornal aqui de Palmas- TO, fiquei indignado com a atitude da prefeitura ou responsáveis por pararem a santa missa. Me uno a bispo da cidade pela tristeza em ter que interromper a celebração da Crisma. Desde já enviei meu repúdio para o sr prefeito e também a secretaria de saúde do município. Fico a disposição no que for do meu alcance. Deus abençoe esse bispo santo dessa cidade e todos os crismandos deste dia na cidade. A vitória ela vem pela cruz. Que espírito santo os conduza.

  4. Interrupção de cerimònia religiosa é crime, está no código penal: 208 – Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso: Pena – detenção, de um mês a um ano, ou multa. Os responsáveis por realizar tal ação devem ser punidos.

  5. Sou de Minas Gerais e estou revoltado com o ocorrido. Parar uma missa é igualar a missa a um evento esportivo ou social. A missa é o sacrifício de Cristo atualizado , é o Sagrado ocorrendo na transubstanciação. Minha solidariedade ao Bispo e aos verdadeiros fiéis. Não achem que vai parar nisso; estamos vendo o que vem ocorrendo no mundo todo sob o falso argumento de um novo iluminismo e humanismo.

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