São Bartolomeu – Por Diác. Willian Vogel

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São Bartolomeu – Por Diác. Willian Vogel

Neste mês de agosto, no dia 24, a Igreja celebra a festa litúrgica de um grande santo: São Bartolomeu, apóstolo de Cristo. O seu nome é um patronímico, pois é formulado com uma referência explícita ao nome do pai: de cunho aramaico, Bar Talmay, que significa “filho de Talmay”. Historicamente, não se encontram notícias muito relevantes sobre Bartolomeu. Aparece sempre e apenas no âmbito das listas dos Doze.  A Tradição o identifica com Natanael que provinha de Caná (cf. Jo 21,2), levando a pensar que foi testemunha do “sinal” de Jesus naquele lugar (cf. Jo 2,1-11).

O próprio Jesus deu testemunho dele ao dizer: “Aí vem um israelita de verdade, um homem sem falsidade” (Jo 1,47).  Nesse episódio, o olhar de Jesus o penetrou de forma profunda, de modo que o levou à confiança naquele que, a partir de então, seria o seu mestre. Assim manifestou o seu grande ato de fé: “Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel” (Jo 1, 49), aderindo à pessoa de Jesus, tornando-se um grande seguidor do Senhor. Quem apresentou Jesus a Natanael foi o apóstolo Filipe que representa aqui todas as pessoas que também nos apresentaram a Jesus algum dia. Da atividade apostólica de Bartolomeu-Natanael não se sabe muito.

O historiador Eusébio, do século IV, afirma que se encontram sinais da presença de Bartolomeu até na Índia e a Tradição medieval ensina que sua morte aconteceu por esfolamento e decapitação.

À título de curiosidade, São Bartolomeu é considerado padroeiro dos alfaiates e dos canhotos, já que a tradição popular acredita ser ele o único apóstolo canhoto.

Mesmo sem muitas informações, São Bartolomeu nos deixa o legado da adesão a Jesus que pode ser vivida e testemunhada nos dias de hoje, cumprindo com a vontade do Senhor, levando o seu Evangelho a todos os povos e lugares, especialmente aos mais próximos. Somos chamados, como Bartolomeu-Natanael, a seguir o mestre Jesus doando a nossa vida. O Papa Bento XVI assim termina uma catequese reservada ao santo: “Podemos dizer que a figura de São Bartolomeu, mesmo sendo escassas as informações sobre ele, permanece diante de nós, para nos dizer que a adesão a Jesus pode ser vivida e testemunhada também sem cumprir obras sensacionais. Extraordinário é e permanece o próprio Jesus, ao qual cada um de nós é chamado a consagrar a própria vida e a própria morte”. (Bento XVI, Audiência Geral, 4 de outubro de 2006, Praça de São Pedro).  

Por Diác. Willian Vogel
Catedral Metropolitana de Florianópolis


Artigo publicado na edição de agosto de 2019, do Jornal da Arquidiocese

Apóstolo de CristoSão Bartolomeu

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