Plano Estadual de Educação, sem a Ideologia de Gênero

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Plano Estadual de Educação, sem a Ideologia de Gênero

c96abf5d-bcfb-419f-8c08-dd881a872ee8Após intenso trabalho nos bastidores e no plenário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, do pessoal do setor de vida e família das dioceses de Santa Catarina, foi votado na tarde da última terça-feira, 24 de novembro, o Plano Estadual de Educação.

Com 35 votos favoráveis e 4 contra foi mantido o Plano, sem a inclusão da Ideologia de Gênero. Segundo o casal coordenador da Comissão Arquidiocesana para a Vida e a Família (CAVF), Eluiza e Nilo Momm, “foi uma vitória da família catarinense. Deus seja louvado!”

Sob o comando do assessor eclesiástico da CAVF e da Pastoral Familiar, Pe. Hélio Luciano, as lideranças estiveram presentes durante toda a tramitação do projeto e na votação final na tarde da terça, no plenário do Legislativo Catarinense.

 

MC-001-15_AF_Flyer_cor_(A)O que significa exatamente a ideologia de gênero? – uma pergunta não respondida

Por: Pe. Hélio Luciano – Assessor Eclesiástico da Pastoral Familiar

Muito se tem falado sobre a chamada ideologia de gênero. Isso se deve, de um modo especial, às votações dos Planos de Educação em âmbito nacional, estadual e municipal que, em alguns lugares, tentou incluir a questão de gênero. Mesmo depois de tantas discussões, creio que uma pergunta pode ainda estar presente: o que é a ideologia de gênero?

Esta falta de clareza da definição sobre o gênero é uma das principais dificuldades para lidar com este problema. Identifico aqui três modos distintos em que a questão de gênero pode ser usada. O primeiro modo é usar a palavra gênero para se referir ao masculino ou feminino. O segundo modo seria para evitar todo tipo de discriminação injusta contra as mulheres ou contra as pessoas com tendência homossexual. Por fim, o terceiro modo seria uma tentativa de desconstrução da sexualidade, seria dizer que ninguém nasce homem e ninguém nasce mulher, que os comportamentos masculino ou feminino são absolutamente desvinculados dos fatos biológicos e que só existem porque foram incutidos nas pessoas por causa da educação.

Isso não se trata de ficção ou de uma questão inventada pelo cristianismo. Em vários países esta terceira interpretação de gênero já foi implementada e tem efeitos catastróficos. Crianças crescem sem saber algo que lhes é fundamental: sua identidade sexual. Na adolescência deverão simplesmente “decidir” o que serão e como se comportarão socialmente, como se a identidade sexual fosse uma mera decisão. Isso gera conflitos enormes adicionados aos que já existem na adolescência.

Assim surge um grande problema: se o uso da palavra gênero é tão amplo e impreciso, por que colocarmos essa palavra em uma lei? Ninguém quer discriminações injustas, mas também ninguém quer que uma criança cresça sem saber sua identidade sexual. Colocar a questão de gênero em uma lei ou nas nossas práticas educacionais – ainda que a intenção inicial seja a de evitar discriminações injustas – deixaria aberta a possibilidade de que nossas crianças cresçam sem saber se são meninos ou meninas e que ninguém mais possa ser educado de acordo com o sexo com o qual nasceu.

Artigo publicado na edição de dezembro de 2015, do Jornal da Arquidiocese, página 09.

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