Mais de 30 jovens e adultos participaram da cerimônia de formatura dos cursos oferecidos pelo Projeto Capacita em Rede, realizada na última quinta-feira (22/5), na sede da Associação Vida Nueva. A formação incluiu as áreas de informática, panificação, eletricista predial e administração, com aulas mediadas pela equipe da Casa Escola, de Palhoça.
O evento contou com a presença do coordenador do projeto, professor Roberto Camilo Orfão Moares, do coordenador arquidiocesano de pastoral, padre Alcides Albony Amaral, e do presidente da Associação Vida Nueva, frei Rogério Rubick.
Ao final da cerimônia, o professor Roberto parabenizou os formandos e destacou a importância da qualificação profissional como ferramenta de transformação social. “A educação é essa ferramenta poderosa que vocês têm para transformar suas vidas. O Capacita em Rede é essa ‘escola em saída’, que vai ao encontro de quem precisa e deseja se qualificar no mercado de trabalho”, afirmou.
O Projeto Capacita em Rede tem como objetivo oferecer cursos gratuitos e acessíveis, promovendo a inclusão produtiva e a geração de oportunidades para pessoas em situação de vulnerabilidade social.
Com mais de três décadas dedicadas à docência, o professor Roberto Camilo Orfão Moares agora se dedica à coordenação do Projeto Capacita em Rede, uma iniciativa que leva cursos profissionalizantes de curta duração a pessoas em situação de vulnerabilidade social. Em parceria com o Instituto Federal do Sul de Minas (IFSuldeMinas) e a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o projeto já alcançou 19 estados brasileiros e vem mudando vidas por meio da educação. Confira a entrevista:
Entrevista com o professor Roberto Camilo Orfão Moares, coordenador geral do Projeto Capacita em Rede.
Como surgiu sua participação no Projeto Capacita em Rede?
Roberto: Após 36 anos em sala de aula, senti que era hora de ampliar meu campo de atuação e contribuir de outra forma com a educação. Quando surgiu a proposta de trabalhar com o Capacita em Rede, em parceria com o IFSul de Minas e a CNBB, não hesitei. Era a oportunidade de transformar vidas por meio da qualificação profissional, indo ao encontro de quem realmente precisa.
Qual o principal objetivo do projeto?
Roberto: Nosso foco é oferecer cursos profissionalizantes de 50 horas, voltados para jovens e adultos em situação de vulnerabilidade social. Mas mais do que um certificado, buscamos despertar nos alunos o encantamento pelo aprendizado e abrir caminhos reais para sua inserção no mercado de trabalho.
Em que regiões o projeto já chegou?
Roberto: Atualmente, estamos presentes em 19 estados do país. A capilaridade do projeto mostra o quanto há demanda por esse tipo de formação e também o quanto as comunidades estão engajadas em criar oportunidades para quem mais precisa.
Qual tem sido o impacto do Capacita em Rede?
Roberto: Os resultados têm sido muito positivos. Alcançamos um nível de empregabilidade de cerca de 70%, considerando tanto o mercado formal quanto o informal. Isso mostra que os cursos estão alinhados às necessidades do mercado e que os alunos estão preparados para assumir essas funções.
Quais cursos têm maior procura e empregabilidade?
Roberto: O curso de cuidador de idosos é, sem dúvida, o mais procurado e o que gera maior inserção no mercado. Em seguida, vem o curso de comunicação e social media, que tem crescido muito com a digitalização dos pequenos negócios. As pessoas estão buscando formações que tenham aplicabilidade imediata, e o Capacita em Rede responde exatamente a isso.
O que a educação representa para você hoje?
Roberto: Para mim, a educação é feita para encantar. E é exatamente isso que vemos todos os dias com nossos alunos. Eles se descobrem capazes, encontram propósito, ganham autoestima. A educação, nesse sentido, é uma das ferramentas mais poderosas para a superação da pobreza e para a construção de uma sociedade mais justa.
Quais são os próximos passos do projeto?
Roberto: A ideia é seguir ampliando o alcance, buscando parcerias locais e adaptando os cursos às realidades de cada comunidade. Nosso compromisso é com a transformação social, e isso só é possível se continuarmos escutando as pessoas e caminhando junto com elas.
Texto: Andréa Letícia Gonçalves