Na Quarta-feira de Cinzas, 1º de março, o Arcebispo Metropolitano, Dom Wilson Tadeu Jönck, scj, concede uma coletiva de imprensa para o lançamento da Campanha da Fraternidade (CF) 2017 que tem como tema, “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema, “Cultivar e guardar a criação”. (Gn 2,15). A coletiva será às 10h, na Cúria Metropolitana (Rua Esteves Júnior, 447 – Centro).
O cartaz da CF 2017
Mostra o mapa do Brasil em imagens características de cada região, evidencia a beleza natural do país, onde podem ser identificados os seis biomas brasileiros.
O cartaz também mostra o cenário, com os personagens principais, os povos originários; os pescadores e o encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil.
Citar também a preocupação e o alerta para os perigos da devastação em curso, e desperta a atenção da população brasileira para a criação de Deus.
Objetivos da CF 20-17
Para abordar o tema do cuidado com o meio ambiente, a CF utiliza a divisão do território brasileiro em seis biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa.
Uma ação ampla que tem alguns objetivos específicos, como:
– Aprofundar o conhecimento de cada bioma, das belezas, significados e importância para a vida no planeta, particularmente para o povo brasileiro.
– Conhecer melhor e nos comprometer com as populações originárias, reconhecer seus direitos, sua pertença ao povo brasileiro, respeitando sua história, suas culturas, seus territórios e seu modo específico de viver.
– Reforçar o compromisso com a biodiversidade, os solos, as águas, nossas paisagens e o clima variado e rico que abrange o chamado território brasileiro.
– Compreender o impacto das grandes concentrações populacionais sobre o bioma em que se insere.
– Manter a articulação com outras igrejas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e todas as pessoas de boa vontade que querem a preservação das riquezas naturais e o bem-estar do povo brasileiro.
– Comprometer as autoridades públicas para assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e a defesa desses povos.
– Contribuir para a construção de um novo paradigma econômico ecológico que atenda às necessidades de todas as pessoas e famílias, respeitando a natureza.
– Compreender o desafio da conversão ecológica a que nos chama o nosso Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si’ e sua relação com o espírito quaresmal.
O que é Bioma?
Bioma é entendido também como o conjunto de ecossistemas terrestres. É uma comunidade de plantas e animais, geralmente de uma mesma formação.
Ele é o responsável por regular o fluxo dos mananciais hídricos, assegurar a fertilidade do solo, controlar o equilíbrio climático, e proteger escarpas e encostas de erras.
Mata Atlântica
É uma faixa que acompanha o litoral brasileiro, desde o Rio Grande do Norte até o sul do Brasil. A maior biodiversidade da América do Sul está presente no Bioma Mata Atlântica, ainda que restem apenas 6%, da floresta original. Vivem na Mata Atlântica, 20 mil espécies de plantas (7,2% do total mundial), 263 espécies de mamíferos (5,2%), 963 espécies de aves (9,5%), 475 espécies de anfíbios (8,6%), 306 espécies de répteis (3,7%) e 350 espécies de peixes de água doce (3,1%).
Ela alcança 17 estados e adentra o interior do continente a partir das regiões Sudeste e Sul até a Argentina e Paraguai. Aproximadamente 120 milhões de brasileiros vivem na porção do território correspondente à área original do bioma Mata Atlântica. A maior parte das capitais se encontra nesta área, como mais de três mil municípios. Grande parte dos rios, das florestas e dos animais estão ameaçados de extinção, como consequência da intensa ação humana.
Nas últimas décadas, foram desenvolvidas muitas atividades de proteção ambiental. Procura-se, dessa forma, preservar as sete bacias hidrográficas brasileiras, os mananciais hídricos, controle do clima, fonte de alimentos e plantas medicinais, lazer, ecoturismo, geração de renda e qualidade de vida.
Hoje, a Mata Atlântica este é o segundo bioma mais ameaçado do mundo e sofre um ritmo de mudanças que está entre os mais rápidos observados.
Santa Catarina
O Estado de Santa Catarina está totalmente localizado dentro do Bioma Mata Atlântica.
A vegetação apresenta quatro regiões distintas. A primeira delas é a floresta que vai do mar até a serra. É densa e com muitas variedades de vegetação. Por causa do relevo acidentado, é a que apresenta o menor índice de destruição. A segunda é dominada pelas araucárias. Nesta região estão localizadas as maiores áreas de reflorestamento com árvores exóticas, que acabam sendo também um problema. A região oeste apresenta uma floresta menos densa. Atualmente é a mais devastada. Deve-se em grande parte à intensa atividade agrícola. A quarta região é constituída pelos mangues, que é berçário de inúmeras espécies de vida. Vivem sob constante ameaça dos projetos imobiliários. Cada uma destas regiões apresenta um grande número de animais – mamíferos, aves, insetos.
Os rios exercem um papel muito importante dentro do bioma. E são eles que foram os mais maltratados. Não se cuidou das nascentes e se jogou neles toda espécie de lixo produzido pelo ser humano. Em Santa Catarina há os rios que correm para o oeste e ajudam a formar a bacia do Rio da Prata. Um deles é o rio Uruguai formado pelo Pelotas e Canoas e que recebe vários afluentes, entre eles o Peixe e Chapecó. O outro é o rio Iguaçu que recebe águas do rio Negro e tantos outros afluentes. Os outros rios se dirigem ao Oceano Atlântico. Os principais são o rio Itapocu, o rio Itajaí, o rio Tijucas, o rio Cubatão, o rio Tubarão, o rio Araranguá e o rio Mampituba.
Desafios
O principal desafio diante das ameaças no Bioma Mata Atlântica é conservar e cuidar do meio ambiente, tanto no interior, mas principalmente, nas cidades. O cuidado com a proteção dos rios é uma necessidade urgente.
Código Florestal e organizações de preservação no estado
Nos últimos anos têm surgido várias iniciativas do governo e de outras entidades, para recuperar e proteger o meio ambiente. Entre elas, a aprovação do novo Código Florestal (Lei 12.651), em 25 de maio de 2012. No site da Embrapa e outros órgãos de proteção ambiental, pode-se ter acesso às leis de preservação, contidas neste Código Florestal.
Várias organizações e universidade vêm desenvolvendo estudos e práticas a fim de aumentar o conhecimento acerca da Mata Atlântica ou garantir a sua preservação.
– Instituições de Ensino e Pesquisa como UDESC, UFSC, UNOESC e FURB, entre outras, tem conduzido vários projetos de levantamento e estudos da dinâmica de flora, fauna e demais componentes dos ecossistemas presentes em todo o estado.
– Organizações como o Instituto Rã Bugio para Conservação da Biodiversidade no vale do Itajaí; a Ekko Brasil em Florianópolis e o Instituto Espaço Silvestre no Parque Nacional das Araucárias, entre outros, têm desenvolvido projetos de levantamento faunístico, conservação de espécies e educação ambiental.
– A recuperação ambiental tem sido extensamente trabalhada pela APREMAVI, a qual se destaca no desenvolvimento e aplicação de estratégias para recuperação de florestas em várias partes do estado, além de dar suporte para proprietários rurais, empresas e prefeituras em projetos de desenvolvimento sustentável.
Como cuidar da Mata Atlântica
Atitudes do dia-a-dia podem e devem ser adotados pelas pessoas a fim de contribuir para a preservação do Bioma Mata Atlântica:
– Separar o lixo em casa e dar a destinação correta a recicláveis e ao lixo orgânico.
– Não fazer ligações clandestinas de esgoto doméstico em córregos ou ecossistemas marinhos, como praias e manguezais.
– Diminuir o consumo e reaproveitar materiais em casa para diminuir a extração de matéria prima.
– Economizar água e energia elétrica, diminuindo a demanda e a necessidade de construção de novas hidrelétricas e centrais de tratamento.
– dar preferência a espécies nativas de plantas frutíferas e ornamentais nas casas.
– Não comprar animais da fauna silvestre, a fim de coibir o tráfico de animais.
Desenvolvimento sustentável
O que importa é aprender a usar os recursos do bioma sem comprometer o equilíbrio das vidas ali existentes. O ser humano tem o direito de buscar o seu sustento nos recursos naturais. Por outro lado, é preciso encontrar um modo de manter e proteger as características da região. O direito de posse não é absoluto. O modo como é usado um imóvel deve favorecer o conjunto de vidas do bioma. É o que se chama de desenvolvimento sustentável. Um dos grandes desafios é como organizar a vida nas cidades sem ameaçar os recursos naturais.
Serviço
Lançamento da Campanha da Fraternidade 2017
Coletiva de imprensa
1º de março
10h
Cúria Metropolitana
Rua Esteves Júnior, 447 – Centro
Florianópolis