‘O jovem, a fé e o discernimento vocacional’ – com a temática trabalhada pelo XV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, os membros do Conselho Regional de Pastoral do Regional Sul 4 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na manhã desta quinta-feira (14), contaram com uma assessoria do Arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sérgio da Rocha. Enfatizando a importância da juventude na contribuição para a ação pastoral, o bispo partilhou a experiência vivida no Sínodo da Juventude, no qual foi escolhido pelo Papa Francisco para ser o relator do documento final.

O cardeal iniciou sua fala apresentando o conceito de ‘Sinodalidade Missionária’, que permeou toda a construção do processo sinodal. Segundo dom Sérgio, o Sínodo da Juventude trouxe um novo olhar de Igreja que, como Jesus, caminha no meio do povo. “A partir do Sínodo, percebemos uma Igreja que precisa estar em saída, mas não para ir até a juventude, mas com a juventude. Para isso é necessário um Igreja que acolha os vários tipos de juventudes, com suas linguagens e sensibilidades”, disse o cardeal.

Apresentando diversas situações que reduzem a juventude aos seus problemas, fazendo dos jovens uma geração muitas vezes negada pela sociedade, o cardeal Sérgio da Rocha disse que é com os jovens que a igreja aprenderá a chegar aos jovens. “Os jovens conhecem as linguagens de sua geração, e é através deles que se chega até eles. O Sínodo insiste para que não se reduza os jovens aos seus problemas. É preciso valorizar os jovens. Neles estão o desejo sensível de engajamento nas questões sociais e culturais”, relatou.

Processo Sinodal

De acordo com o cardeal, o processo de construção do Sínodo foi dividido em três momentos. O pré-sinodal, onde foi construído e divulgado o texto preparatório; o período sinodal , que durou três semanas, com a presença do papa, de jovens, especialistas e dos padres sinodais, na cidade do Vaticano, em outubro de 2019; e o tempo pós-sinodal, que a Igreja vive na atualidade, com os direcionamentos do documento final, na expectativa da carta que o papa Francisco lançará no próximo dia 25 de março.

Dom Sérgio ressaltou ainda, que, a construção participativa do Sínodo, possibilitou que os apontamentos a partir das três etapas, fosse além de uma receita, mas uma postura pastoral.

Texto final

Segundo Dom Sérgio da Rocha, as três semanas de duração do Sínodo foram dividias na ordem em que o texto foi construído, através do da experiência dos Discípulos de Emaús (Lc 21,13-35): Parte I – Pôs-se a caminhar com eles; Parte II – Os olhos deles se abriram; Parte III – Naquela mesma hora, voltaram.

Com a metodologia do ver, julgar e agir, muito utilizada nos documentos da Igreja na América Latina, o texto apresentou três pontos cruciais. A primeira dela sãos as novidades do ambiente digital, sobretudo nas novidades dos tipos de relações trazidas pelas redes sociais. Um segundo ponto é a questão migratória como um grande paradigma do nosso tempo, trazendo sobre tudo a realidade de negação e violência. O último ponto crucial trazido no texto é a reação a todo o tipo de abuso, dando ênfase ao obstáculo que estas ações representam na ação missionária.

O documento final está disponível para aquisição na loja on-line das Edições CNBB. Cada participante do Conselho Regional de Pastoral recebeu um exemplar do documento.

Encaminhamentos

Após a fala do cardeal, foi aberta uma sessão de partilhas e perguntas sobre a temática trabalhada. A assessoria de dom Sérgio colaborará com os membros do Conselho Regional de Pastoral, que na parte da tarde desta quinta-feira (14), iniciará a construção da parte do ver das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja em Santa Catarina, eixo central da reunião que acontece em tubarão até o almoço de amanhã, 15 de março.

Por Franklin Machado / CNBB Sul 4