Na Quarta-feira de Cinzas, 1º de março, o Arcebispo reuniu a imprensa na Cúria Metropolitana para lançar oficialmente a Campanha da Fraternidade de 2017 que tem como tema, “Fraternidade: Biomas brasileiros e defesa da vida” e o lema, “Cultivar e guardar a criação”. (Gn 2,15).
Estiveram presentes grande número de jornalistas das mídias impressa, televisiva, escrita e falada, como também, a coordenadora da Campanha da Fraternidade 2016 no Regional Sul 4 da CNBB, Adelir Raupp, e biólogo, Dr. Ademir Reis, que também é Diretor Científico e Curador do Herbário Barbosa Rodrigues, de Itajaí.
Na abertura da coletiva, Dom Wilson falou sobre os seis biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pantanal e Pampa. “É preciso conhecer para preservar. O livro do Gênesis, na Bíblia, fala sobre a criação dos elementos da natureza e os cuidados que o homem deve ter, ao guardar e preservá-los. Mas podemos perceber que o homem não fez isso muito bem, outros interesses entraram e vemos muitos sinais de destruição do meio ambiente”, afirmou o Arcebispo. E prosseguiu ao completar que “muita coisa mudou a partir das campanhas, desde 1960. Cada tema deixa traços positivos para todos”.
Adelir Raupp falou na sequência que, através das Campanhas da Fraternidade, busca-se “mudança de vida nos aspectos pessoal e social e a evangelização. A questão da preservação, do cuidado com a natureza, vem de outros anos, porque é muito importante cuidar do nosso chão, do planeta, da nossa vida como cristãos”.
O doutor em biologia vegetal e diretor do Herbário Barbosa Rodrigues, Ademir Reis, destacou que todos precisam da casa, do ambiente, tudo está relacionado. “Quando se fala em biomas, nos referimos a regiões típicas com um clima diferenciado, que geram manifestações diferentes da vida, inclusive da cultura de cada povo. Quando se pensa em meio ambiente, se está pensando em questões sociais. Se você melhora a água, melhor também para o pobre e para o rico, logo, não existe uma diferença social”, citou Ademir.
O diretor científico do instituto advertiu que se precisa “gerar um processo de aprendizagem, de como funciona um bioma. É a casa. Você necessita do bioma, como necessita da casa. Precisamos cuidar da nossa casa”.
Entre as dicas de preservação e mudanças de atitudes, o professor enumerou a redução da quantidade do uso de agrotóxico, que hoje é exagerada; a questão própria de cada um cuidar do lixo, conceitual, com a separação dos resíduos; políticas de saneamento básico; citou os problemas envolvendo as mineradoras que trazem bastante contaminação aos rios – como no sul do estado – e afirmou que as espécies precisam ser protegidas.
Ao finalizar a coletiva, Dom Wilson admitiu que “a partir da fé, a Igreja deve dar sua contribuição”.
Os objetivos da campanha:
Uma ação ampla que tem alguns objetivos específicos, como:
– Aprofundar o conhecimento de cada bioma, das belezas, significados e importância para a vida no planeta, particularmente para o povo brasileiro.
– Conhecer melhor e nos comprometer com as populações originárias, reconhecer seus direitos, sua pertença ao povo brasileiro, respeitando sua história, suas culturas, seus territórios e seu modo específico de viver.
– Reforçar o compromisso com a biodiversidade, os solos, as águas, nossas paisagens e o clima variado e rico que abrange o chamado território brasileiro.
– Compreender o impacto das grandes concentrações populacionais sobre o bioma em que se insere.
– Manter a articulação com outras igrejas, organizações da sociedade civil, centros de pesquisa e todas as pessoas de boa vontade que querem a preservação das riquezas naturais e o bem-estar do povo brasileiro.
– Comprometer as autoridades públicas para assumir a responsabilidade sobre o meio ambiente e a defesa desses povos.
– Contribuir para a construção de um novo paradigma econômico ecológico que atenda às necessidades de todas as pessoas e famílias, respeitando a natureza.
– Compreender o desafio da conversão ecológica a que nos chama o nosso Papa Francisco na carta encíclica Laudato Si’ e sua relação com o espírito quaresmal.