As “Cartas Católicas” são um conjunto de sete livros do Novo Testamento escritos pelos apóstolos Tiago (Tg), Pedro (1 e 2Pd), João (1, 2 e 3Jo) e Judas (Jd), situados após as cartas de S. Paulo e antes do último livro, o Apocalipse.
Essa denominação foi empregada no séc. IV pelo historiador Eusébio de Cesaréia, (História Eclesiástica, II, 23,25) e pelo Concílio de Laodicéia no ano 360 (cânon 59), pois as cartas não possuem destinatário específico, são para “toda a Igreja”. Com efeito, o termo “católico” provém do grego kata+holos, que significa, “para+todos”. Elas se distinguem, portanto, das cartas de S. Paulo, normalmente destinadas à comunidades (Roma, Corinto, Éfeso…), ou à pessoas (Tito, Timóteo…). Exceção seja feita à duas cartas: 2Jo possui, como destinatário, a “Senhora eleita”, que aparenta ser mais uma comunidade particular do que toda a Igreja; e a 3Jo que se destina a “Gaio”, provavelmente um presbítero de alguma comunidade.
Os livros foram sendo aceitos aos poucos na lista dos escritos sagrados. De fato, será no Concílio, já citado, de Laodicéia, final do séc. IV, que veremos essas cartas serem lidas, efetivamente, por toda a Igreja do Oriente e do Ocidente.
Portanto, a denominação de «cartas católicas» indica apenas aquelas sete cartas que, originalmente, não possuíam destinatários particulares e escritas por apóstolos. Certamente que todos os textos que o Magistério da Igreja inseriu na Bíblia são “para todos”. Nas próximas edições do Jornal da Arquidiocese abordaremos cada carta.
Artigo publicado na edição de fevereiro de 2021 do Jornal da Arquidiocese, página 8.