Artigo: Sinodalidade e Escuta, por Pe. Vitor Galdino Feller

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Artigo: Sinodalidade e Escuta, por Pe. Vitor Galdino Feller

Em nossa preparação para o sínodo de 2023, que desenvolverá o tema “Por uma Igreja sinodal”, somos convidados à escuta do Espírito Santo, que fala por meio de pessoas e acontecimentos e nos provoca a desinstalar-nos de nossos ideias e práticas já prontas e preconcebidas.

À escuta do Espírito Santo
O Documento Preparatório sugere que, para crescermos como Igreja sinodal, nos coloquemos à escuta do Espírito Santo que “sopra onde quer; ouves o seu ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai” (Jo 3,8). Importa ficar abertos às surpresas para as quais certamente ele nos colocará ao longo do caminho. Ativa-se deste modo um dinamismo que permite começar a colher alguns frutos de uma conversão sinodal, que amadurecerão progressivamente. Quanto mais se ouve o Espírito Santo, mais exigências de conversão pessoal e pastoral vão surgir e, assim, exigir de nós mudanças profundas.

Processo espiritual de escuta
Diz o Vademecum em preparação para o sínodo que a escuta sinodal é orientada para o discernimento. Requer que aprendamos e exercitemos a arte do discernimento pessoal e comunitário. É preciso escutar-se uns aos outros, a nossa tradição de fé e os sinais dos tempos para discernir o que Deus está dizendo a todos nós. O papa Francisco ensina que é preciso “escutar a Deus, para que com ele ouçamos o clamor do seu povo; ouvir o seu povo até estarmos em harmonia com a vontade a que Deus nos chama”. Em linguagem popular se diria: “a voz do povo é a voz de Deus”.

Pecado contra o Espírito Santo
Portanto, peca contra o Espírito Santo quem não ouve os clamores do povo, seus lamentos e sonhos, quem não dá atenção às reclamações que o povo apresenta quanto aos escândalos sexuais, administrativos, financeiros. Peca contra o Espírito Santo quem não escuta os sinais dos tempos, quem não põe o pé no chão da realidade do povo. Nos evangelhos (Mt 12,22-32; Mc 3,20-30), Jesus condena os fariseus acusando-os de pecado contra o Espírito Santo, porque eram invejosos da popularidade de Jesus e diziam que ele expulsava demônios pelo poder de Belzebu. Assim, atribuíam a Satanás a obra que o Espírito Santo realizava através de Cristo. Desculpavam-se para não aceitar a obra de Jesus. Hoje, muita gente fecha-se ao Evangelho quando não escuta os clamores do Espírito Santo.

Pe. Vitor Galdino Feller

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