A Diocese de Joinville está prestes a celebrar o seu centenário em janeiro de 2027: cem anos de evangelização, construídos em unidade, comunhão e pastoreio por todos os bispos, presbíteros, diáconos permanentes, membros dos Institutos de vida consagrada masculinos e femininos e fiéis leigos nas mais diversas organizações com fins pastorais, espirituais, sociais e caritativos. Ao longo destes anos a necessidade imperiosa de proclamar o Reino de Jesus Cristo morto e ressuscitado foi realizada com irrestrita entrega de todo o Povo de Deus no norte/nordeste catarinense.
Em 5 de novembro de 2024 fomos surpreendidos com a alegre notícia de que o Papa Francisco criou mais duas Províncias Eclesiásticas no estado de Santa Catarina: Chapecó e Joinville, ao lado da Província Eclesiástica de Florianópolis já existente. O texto da comunicação da Nunciatura Apostólica no Brasil, Prot. 5027/24, assinado por S. Excia. Revma. Dom Giambattista Diquattro, afirma: “Tenho a grande alegria de comunicar-lhe oficialmente que o Santo Padre Francisco reestruturou a Província Eclesiástica de Florianópolis e decidiu erigir a nova Província Eclesiástica de Joinville (atribuindo-lhe as dioceses de Blumenau e Rio do Sul) e a nova Província Eclesiástica de Chapecó (atribuindo-lhe as dioceses de Caçador, Joaçaba e Lages). Ao mesmo tempo, o Papa nomeou Dom Francisco Carlos Bach como Arcebispo Metropolitano da nova Arquidiocese de Joinville e Dom Odelir José Magri, MCJ como Arcebispo da nova Arquidiocese de Chapecó, SC”.
Inegavelmente a reestruturação da Província Eclesiástica de Florianópolis somente foi possível graças ao zelo apostólico de Dom Wilson Tadeu Jönck, arcebispo da citada Província, e de todos os bispos das dioceses catarinenses, que compõem o Regional Sul 4 da CNBB. Sem um acordo formal de todos os bispos envolvidos na criação de novas Províncias nenhuma modificação se viabiliza. Destaque-se aqui o apoio que tivemos da Presidência da CNBB, em carta recebida por mim, então presidente da Regional, no dia 13 de setembro de 2022, assinada pelo então presidente da CNBB, S. Excia. Revma Dom Walmor Oliveira de Azevedo, Prot. 0279/22, com a seguinte redação: “Exmo. D. Francisco. Em resposta à sua consulta a respeito da criação de duas novas províncias eclesiásticas para o Regional Sul IV, informo que a presidência da CNBB acolhe a solicitação e não se opõe a que sejam criadas as províncias de Santo Antônio de Chapecó e S. Francisco Xavier de Joinville, com as respectivas dioceses que as comporão, conforme projeto apresentado a esta presidência. Saúdo V. Excia, os demais irmãos da presidência do Regional Sul IV e os irmãos bispos que estão no Estado de Santa Catarina”.
Admirável, para o êxito do nosso pedido, foi o interesse e a proatividade do Núncio Apostólico, o Exmo. e Revmo. Dom Giambattista Diquattro. Desde o primeiro contato virtual ou nos encontros presenciais, demonstrou seu zelo pastoral. Recordo-me de sua primeira afirmação: “Se o objetivo for o zelo pastoral pelo Povo de Deus terão todo o meu apoio”. E assim aconteceu… Expresso aqui minha gratidão ao Núncio Apostólico que, com a diligência do Dicastério para os Bispos e da Secretaria de Estado do Vaticano permitiu que todo o processo tivesse êxito em apenas dois anos. Mas… nada teria acontecido se o Papa Francisco não tivesse assinado. Logo, reiteramos a nossa reverência filial e compromisso de contínua oração para o desafiante serviço que o Senhor lhe confiou na Igreja e no mundo.
Concluindo, a razão fundamental da existência de uma Província Eclesiástica, ou seja, de uma Arquidiocese com suas dioceses sufragâneas, é de ordem pastoral. Em sinodalidade, buscar-se-á apoio mútuo, intercâmbio de experiências, maior comunhão, participação e missão entre Igrejas Particulares próximas fisicamente. Suplicamos ao nosso bom Deus que, pela intercessão de nossos padroeiros São Francisco Xavier (Joinville), São Paulo Apóstolo (Blumenau) e São João Batista (Rio do Sul) consigamos ajudar os fiéis da Província Eclesiástica de Joinville a serem “peregrinos da esperança”, como nos pede este Ano Santo de 2025.
Por Dom Francisco Carlos Bach | Arcebispo da Arquidiocese de Joniville