O Programa Moradia Primeiro é baseado no modelo Housing First – sistematizado em 1990 nos Estados Unidos e desde então utilizado por outros países onde sua eficácia é comprovada, além de ser uma forma mais barata e mais digna de atendimento à população em situação de rua. Preconiza a moradia como ponto inicial para que as pessoas em situação de rua consigam obter o cumprimento de outros direitos básicos e superar a condição de extrema vulnerabilidade social. O acesso à moradia possibilita a estruturação da vida pessoal e gera mudanças importantes em relação aos vínculos sociais. Ter o endereço da moradia proporciona o acesso ao trabalho e renda, saúde e educação e também a motivação para construção de um projeto de vida. Essa metodologia também prevê o acompanhamento durante esse processo, essencial nessa transição da situação de rua para uma casa.
Na Arquidiocese de Florianópolis o programa é executado pela Pastoral do Povo da Rua com o apoio da Ação Social Arquidiocesana, cuja missão é ser presença junto à população em situação de rua, reconhecer e celebrar os sinais de vida e desenvolver ações que transformem a situação de exclusão em projetos de vida para todos. A ação da Pastoral visa a promoção de uma vivência comunitária e do protagonismo dessa população, reconhecendo-a como sujeito de sua própria história, entendendo que a construção de um mundo mais justo e igualitário se dá por meio de incidência política e da luta por direitos. Entende a moradia como direito e compreende a importância da moradia na estruturação da vida de uma pessoa e reconhece na metodologia do programa uma oportunidade de uma vida independente e autônoma.
No último relatório divulgado pela Pastoral do Povo da Rua, referente ao mês de setembro de 2023, 34 pessoas foram atendidas pelo projeto na Arquidiocese, sendo 13 mulheres, 18 homens e 3 crianças. Ao todo o projeto custeou o aluguel de 18 casas. Além do auxílio com o pagamento dos aluguéis a pastoral proporciona momentos de formação psicológica e espiritual aos seus participantes. Semanalmente são realizados atendimentos individuais e rodas de conversas que proporcionam a transformação em todas as áreas das pessoas atendidas.
A sustentabilidade do programa se dá através da contribuição da sociedade civil. Por isto neste Dia Mundial do Pobre, celebrado em 19 de novembro, a ASA convida as paróquias, movimentos eclesiais e fiéis a fazer uma doação para a sustentabilidade do Programa Moradia Primeiro na Arquidiocese. Este gesto concreto irá possibilitar que mais pessoas possam ser ajudadas e assim tenham suas vidas transformadas. As doações podem ser feitas através do link: https://bit.ly/3Socsvs.
Conheça a história de duas pessoas impactadas pelo projeto:
Ana Orion é natural de Ribeirão Preto e afirma que “o programa me ajudou muito porque as pessoas envolvidas no projeto estão me auxiliando na minha batalha contra o alcoolismo. Sem eles certamente eu ainda estaria na rua e não teria possibilidade de mudança de vida”.
Marcos Cleybe tem 36 anos e é natural de Recife. Ele fez parte do projeto e hoje já adquiriu sua independência. “Eu sou muito grato ao projeto que me deu a oportunidade de mudança de vida. Foi através da ajuda das pessoas envolvidas no projeto que eu consegui um emprego e pude arcar com as minhas despesas, sair da rua e ter minha independência. Hoje eu trabalho no refeitório do Hospital Governador Celso Ramos, como auxiliar de cozinha, e estou muito feliz”, afirma.
Você também pode acompanhar a aplicação das doações e o desenvolvimento do Projeto Moradia Primeiro, acessando www.asafloripa.org.br ou seguindo o Instagram @pastoraldopovodaruasc.