A vivência do Mês Missionário Extraordinário convocado pelo Papa Francisco quer ser uma resposta ao profundo desejo de todo ser humano de ver Jesus. O Evangelho apresenta alguns personagens que expressam o desejo de ver Jesus. Mas existe ver e ver.
Herodes ouvira falar das maravilhas que Jesus realizava e queria vê-lo (Lc 9,9). Não tinha a intenção de segui-lo. Achava que ia encontrar um personagem exótico e que talvez pudesse realizar algum ato extraordinário para divertir a corte. Vai encontrar-se com Ele por ocasião do julgamento de Jesus. Como não correspondesse às suas expectativas, Herodes tratou Jesus com desprezo, zombou dele (Lc 23,11). Seu pai , no encontro com os reis magos , já havia dito que queria ver Jesus menino, mas na realidade queria matá-lo. Em Herodes encontram-se aquelas atitudes que se opõem ao acolhimento de Jesus.
Bem diferente aconteceu com Natanael e Zaqueu. Natanael demonstrou desconfiança ao ouvir falar de Jesus. Mas aceitou o convite de Felipe: “vem ver” (Jo 1,46). E tornou-se um discípulo missionário de Jesus. Zaqueu, que era de baixa estatura, subiu em uma árvore para ver Jesus. Sua pequenez não era só física, era também uma mostra da vida que levava. Só tinha olhos para o seu negócio. Desceu da árvore e recebe Jesus em sua casa. No encontro com a pessoa de Jesus há uma transformação, tanto na vida de Natanael como de Zaqueu. Tornaram-se missionários.
Mas, o gesto que melhor manifesta a atitude missionária é o de André e Felipe. Alguns gregos se aproximaram deles e disseram que queriam ver Jesus. E levaram-nos a Jesus (Jo 12,21). É tudo o que se espera do missionário: levar as pessoas a Jesus. O caminho é este: as pessoas são acolhidas na comunidade. Na comunidade de fé Jesus se faz presente. No contato com a comunidade de fé todas as pessoas podem obter a resposta ao desejo de ver Jesus. É o que o missionário pode fazer: apresentar as pessoas a Jesus.
Por Dom Wilson Tadeu Jönck, scj
Artigo publicado na edição de outubro de 2019 do Jornal da Arquidiocese, página 02.