No domingo, dia 24 de novembro, a Igreja de tradição romana festeja Cristo Rei do Universo, rei de tudo e de todos. Essa solenidade abre a última semana do Tempo Comum, tempo litúrgico mais antigo e ritmado pelo Domingo como páscoa semanal. E, ao mesmo tempo, lança-nos à espera do Senhor que virá, esperança alimentada, de modo particular, pelo tempo litúrgico do Advento.
A oração do dia de Cristo Rei ressalta a vontade do Pai que quis restaurar todas as coisas em Jesus Cristo, seu Filho e nosso Senhor. Toda a criação, portanto, é tocada pela obra redentora de Cristo e espera sua restauração plena nos fins dos tempos. Muito caberia nos recordar do Sínodo Pan-Amazônico, do necessário zelo pela casa comum. Pois, à luz da bondade da primeira criação, tipificada no Paraíso, e da “segunda criação” marcada com o sangue do nosso Redentor que vive para sempre, as coisas criadas são esse grande jardim pelo qual Deus passeia e fala conosco.
O Evangelho, a iluminar essa grande festa, é tirado de Lucas 23,35-43, e traz para o “hoje” da assembleia litúrgica a imagem do Cristo crucificado. O nosso Rei é o Cristo da Cruz, ou seja, o servo plenamente obediente ao Pai e profundamente misericordioso ao acolher o ladrão arrependido, salvando-o das trevas do pecado. A dinâmica do reinado de Cristo passa pela Cruz, e é exercida na força da ressurreição.
Ao celebrarmos essa grande festa do senhorio de Jesus, o Cristo do Pai, motivados pela oração sobre as oferendas do dia de Cristo Rei, pela qual a Igreja pede paz e união a todos os povos, supliquemos que nossa nação brasileira, como irmã de todos os povos, seja banhada pelas águas da fraternidade e serenidade, da justiça e da paz.
Pe. Rafael Aléx Lima da Silva
Coord. geral da Comissão Arquidiocesana de Liturgia e pároco da Paróquia São Judas Tadeu, em Barreiros – São José