Os dados biográficos que conhecemos sobre os pais de Maria, avós de Jesus de Nazaré, foram legados pelos livros apócrifos, especialmente o Proto-Evangelho de Tiago. Também há relatos no Evangelho do Pseudo-Mateus e no Livro da Natividade de Maria, ligados ao Proto-Evangelho de Tiago.
Muitos relatos acompanham a história de Sant’Ana (filha de Emerencia e Estolano) e São Joaquim (filho de Sebhrath e Matã). Na época das Cruzadas, na Idade Média, aparecem relatos de sagradas relíquias dos avós de Jesus, especialmente sobre as de Sant’Ana.
O nome Ana, do latim Anna, provém do hebraico e quer dizer ‘aquela que encontrou misericórdia’, ‘graciosa’. É a abreviatura de Hananiah – Javé compadeceu-se. Donde provém igualmente o nome masculino Ananias. Do latim Anna: idosa, respeitável. Outros afirmam que o significado do nome pode ser ‘aquela que se levantará novamente’.
O nome Joaquim provém do hebraico e tem algumas versões: O elevado por Jeová – Deus; Deus o exaltou; preparado por Deus, estabelecido por Deus; Deus construirá.
Joaquim e Ana não tinham filhos, e um dia Joaquim, na Festa da Dedicação do Templo, fora censurado pelo sacerdote Rúben por não ter filhos. Incomodado com a observação, ele saiu para a região montanhosa, perto de Jerusalém, onde os pastores e seus rebanhos estavam e clamou a Deus. Resolveu fazer 40 dias de jejum e oração, ao final da penitência, um anjo lhe apareceu e disse que o casal iria ter uma menina. O casal deu-lhe o nome de Miriam – Maria, que significa Senhora da Luz, amada de Deus e escolhida por ele. Ela é a mãe de Jesus.
Os avós hoje
Durante uma missa na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro, em 2013, o Papa Francisco pediu que ‘o Senhor abençoe os avós’ e lhes permita ‘envelhecer com sabedoria e dignidade’ para transmiti-la aos outros.
Os avós são uma graça que nem sempre nossa sociedade sabe valorizar. Lembramos que eles, livres da pressa e do rendimento do trabalho, ensinam-nos a apreciar as coisas com gratidão e sabedoria. Marcados pela vida, guardam na memória ensinamentos do passado que previnem erros do futuro. São, no seu testemunho de oração constante e de resistência pacífica, uma verdadeira escola do Evangelho.
‘Não desprezes os ensinamentos dos anciãos, dado que eles os aprenderam com seus pais’ (Ecl 8,11)”.
Na Arquidiocese há duas paróquias com o título de Sant’Ana: em Canelinha e no bairro de Colônia Sant’Ana, em São José. São Joaquim tem uma paróquia: Garopaba (1830), e uma capela: a da Armação do Pântano do Sul (1777), onde é co-padroeiro junto com Sant’Ana.
Por Pe. Flávio Feler – Vigário da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Ingleses, Florianópolis
Artigo publicado na edição de julho de 2019 do Jornal da Arquidiocese, pág. 8.