Ser iniciado no seguimento de Jesus significa aprender de Cristo a viver conforme a vontade de Deus. Isso Jesus nos ensina através dos seus gestos e palavras, que podemos observar, de modo especial, na Palavra de Deus. O contato com a Palavra será, assim, fundamental para quem quer se tornar discípulo de Jesus. Dizia São Jerônimo: “ignorar as Escrituras é ignorar Cristo”.
A Palavra de Deus é a fonte da catequese, vivida no testemunho cristão, celebrada na liturgia, estudada e disseminada na cultura. “No centro das Escrituras estão os Evangelhos que apresentam Jesus, sua vida, mensagens e ações salvífica. Exprimem a base dos ensinamentos das primeiras comunidades cristãs, o primeiro livro de catequese desde as origens da Igreja” (Diretório Geral de Catequese, 98). A Bíblia forma a comunidade de fé e alimenta a identidade dos cristãos. É uma referência para o modo de ser cristão. As experiências de Deus descritas na Escritura são assimiladas e conectadas com as experiências de Deus na vida.
Os bispos franceses nos recordam que “toda catequese constitui uma retomada do relato dos acontecimentos através dos quais Deus se revelou aos homens”. A comunidade cristã de hoje vive da acolhida da herança dos que a precederam, ao mesmo tempo em que continua e atualiza essa herança. Toda essa caminhada faz parte do conteúdo da catequese. Nós, hoje, somos povo de Deus a caminho, à semelhança do povo de Deus cuja história está contada na Bíblia. Nós continuamos essa história hoje, seguindo uma “nuvem de testemunhas” (Hb 12,1).
A catequese não poderá ficar na simples leitura bíblica, mas deve ser verdadeiro momento de meditação da Palavra, depois também rezada pessoalmente, em família e em comunidade.
Interpelados por Jesus se querem deixar de segui-lo, os apóstolos respondem: “A quem iremos, Senhor? Só tu tens palavras de vida eterna” (Jo 6,68). Essa convicção e adesão devem estar presentes em todos os discípulos de Jesus, em todos os tempos. Somos pessoas encantadas por sua palavra, que encontraram aí a verdade que salva e o sentido profundo da vida.
Por: Diácono Paulo Stippe Schmitt
Artigo publicado na edição de julho de 2017 do Jornal da Arquidiocese, página 08