Mudança de mentalidade e de estruturas – Por Pe. Vitor Feller

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Mudança de mentalidade e de estruturas – Por Pe. Vitor Feller

Para que os cristãos leigos e leigas possam exercer seus carismas em favor de uma Igreja mais viva, dinâmica e participativa e de um mundo mais justo e fraterno, é preciso que haja profunda mudança de mentalidade e de estruturas no seio do povo de Deus. A Igreja ainda se vê e se comporta como uma estrutura piramidal em que o clero se sobressai e o laicato se submete a mero executor de funções ou mantenedor de estruturas. É muito presente o clericalismo de padres e leigos, que pensam e agem a partir de cima, da preocupação em salvaguardar títulos, cargos, funções. Pensam a Igreja como instituição ou empresa e não como comunhão de fiéis em Cristo.

IGREJA, ÍCONE DA TRINDADE

A Igreja é “povo de Deus, corpo de Cristo e templo do Espírito Santo” (Doc. 105, n. 85). Ela é na terra a imagem viva do dinamismo de amor e comunhão na intimidade da vida trinitária. Assim na terra como no céu! Na Trindade cada pessoa divina tem sua identidade própria, à qual corresponde um jeito singular de se manifestar ao mundo e à humanidade. Na Igreja cada fiel tem sua identidade, seus carismas, seu modo único de se fazer Igreja e de agir no mundo. Nenhum fiel pode ser desprezado na riqueza de seus dons. Todos colaboram, com seu carisma, para a edificação da Igreja e para a presença mais significativa da Igreja na sociedade.

COMUNIDADE DE DISCÍPULOS

Em 2000 anos de história a Igreja cresceu muito, tornou-se uma forte instituição, encheu-se de estruturas, que muitas vezes congelam e petrificam a mensagem do Evangelho. Em vez do anúncio alegre da boa notícia do amor do Pai e da salvação em Cristo, prega-se a instituição eclesiástica, com suas normas e fardos. Esse modo de pensar e agir precisa ser mudado, a fim de recuperarmos o estilo simples de Jesus de Nazaré, ajudarmos os fiéis a conhecerem sua pessoa e práxis, reconhecermos os dons que cada um traz para o enriquecimento humano da Igreja.

CENTRALIDADE DO REINO

Tudo na vida de Jesus respirava o Reino de Deus.  Suas palavras e ações centravam-se em dois focos: o Pai Deus do Reino e o Reino de Deus Pai. A Igreja de hoje deve conceber-se como “testemunha e servidora do Reino de Deus”, empenhar-se “para que os valores do Reino estejam presentes nas estruturas e no funcionamento da sociedade atual” (Doc. 105, n. 85d)

Por Pe. Vitor Galdino Feller

Publicado na edição de julho/2018, nº 247, do Jornal da Arquidiocese, página 05.

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