A pesar de significados diferentes, vocação e missão caminham juntas. Estão super interligadas, pois para ser missionário tem que ter vocação. Vocação de adaptar-se a ambientes diferentes, costumes diferentes, paladares diferentes. O missionário é aquele que ouve o chamado de Deus e que põe em pratica o que Ele mesmo pediu, conforme Mateus 28,19: “Portanto, ide e fazei
com que todos os povos da terra se tornem discípulos, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo“.
A palavra Vocação deriva do latim e o significado é “chamar”. Deus nos chama, mas nos dá a liberdade de aceitar ou não esse chamado. Ele não impõe, mas convida, e esse convite aceita aquele que tem vocação. Aquele que entende que a Igreja precisa espalhar o Evangelho de Jesus, em todos os lugares, em todos os confins.
Sempre fui muito participativa na Igreja e tinha dentro de mim esse desejo de “por meus pés a caminho”, de ir ao encontro de tantos que anseiam por conhecer Jesus. Fiquei muito feliz quando, em 2009, Padre Izeldo e o Diácono Luiz Paulo, da Paróquia São Francisco de Assis, no Aririú, em Palhoça, fizeram o convite para participar das Santas Missões Populares na Diocese-irmã
da Barra, no sertão da Bahia, junto a outros missionários da Arquidiocese de Florianópolis. A resposta deveria ser dada muito rápido, pois já estavam marcadas as formações. Mal dormi aquela noite. Ao amanhecer, conversei com minha família e jamais vou esquecer o que falou meu filho mais velho: “Se é tua missão, abraça, mãe!”. Desde então, não parei mais, participando das missões em minha paróquia, continuando minha missão em minha comunidade como catequista, ministra da Palavra e da Eucaristia. Em 2023, recebi a graça de participar das férias missionárias junto com 11 seminaristas no Amapá, no município de Tartarugalzinho (Paróquia João Paulo II) onde está em missão o Padre Luís Fraga, da Arquidiocese de Florianópolis.
Acredito fielmente que a Igreja não pode ser estática, parada, pois o próprio Jesus saiu a evangelizar por tantos lugares e essa foi também uma das primeiras práticas da Igreja. Quando impulsionados pelo Espírito Santo, os apóstolos e discípulos saíram pelo mundo a pregar os ensinamentos do Divino Mestre Jesus. Lembro-me quando participei das primeiras missões, quando achava que ia “ensinar” e quem aprendeu foi eu. E foi assim em cada missão que participei. Tenho certeza de que assim será sempre, pois Deus, através dos meus irmãos em Cristo, tem sempre algo a revelar, a ensinar.
Cleide Maria de Souza de Campos
Paróquia São Francisco de Assis – Aririú – Palhoça
Artigo publicado na edição 305 do Jornal da Arquidiocese, em outubro de 2023, na página 9.
