Em tempos de advento vivemos a espera da chegada do Salvador, logo o Menino Jesus estará entre nós. A partir do momento que Maria deu seu sim para Deus e recebeu em seu ventre o Verbo que se fazia carne, iniciou para ela e seu esposo, José, um tempo de incertezas.
Fez-se necessário que percorressem caminhos incertos e longos em busca de proteção e acolhida. Essa foi a forma que a Sagrada Família encontrou para resguardar o bem precioso que estava no ventre de Maria. Assim, como foi há mais de dois mil e vinte e três anos, muitas famílias continuam perseguindo estradas incertas em busca de uma manjedoura que possa acolhê-las e abrigá-las.
O migrante deixa para trás seu país em busca de uma vida digna e próspera. Nessa busca, carrega consigo a incerteza de ser acolhido, respeitado e ajudado. No entanto, mesmo imerso em tantas dúvidas o migrante se lança e confia nas pessoas que encontra em sua travessia. Arriscamo-nos a dizer que ser migrante é viver concretamente a fé que Jó exalou quando perdeu tudo e mesmo assim manteve-se firme para com Deus.
Que neste Natal possamos acolher Jesus que foi migrante, com a fé concreta de que Ele está chegando para acalentar nossos corações e salvar tantas famílias que se encontram perdidas nas estradas do mundo.
Artigo publicado na edição de dezembro de 2023 do Jornal da Arquidiocese, página 8.