Ano do Laicato – Por Pe. Vitor Feller

>
>
Ano do Laicato – Por Pe. Vitor Feller

No domingo de Cristo Rei, o último de novembro, tem início no Brasil o Ano do Laicato. É oportunidade para celebrar os 30 anos da exortação pós-sinodal Christifideles Laici, em que o Papa João Paulo II traça linhas teológicas e pastorais acerca da vocação e missão dos cristãos leigos. A Igreja no Brasil quer incentivar os fiéis batizados a serem sal da terra e luz do mundo. Homens e mulheres da Igreja presentes no mundo, homens e mulheres do mundo atuantes na Igreja. Para tal, a CNBB publicou um documento com o título: Cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade (Doc. 105).

Índole secular

Reconhecendo o grande avanço da presença e participação dos fiéis leigos no interior da Igreja, o episcopado brasileiro incentiva agora os fiéis a estarem presentes no mundo, a transformar os diversos “mundos” – política, economia, comunicação, educação etc. – em espaços que visibilizem a presença do Reino de Deus. O Concílio Vaticano II ensina que essa é a marca do leigo: a índole secular, a presença e ação no mundo, a missão de consagrar e transformar o mundo. É claro que ele/ela não fará isso de modo isolado. Toda a Igreja – também os ministros ordenados e os consagrados – estão presentes e buscam a santidade no mundo. Mas estar no mundo é vocação específica dos cristãos leigos e leigas.

Avanços

No documento 105 a CNBB destaca alguns avanços na caminhada do laicato nesses últimos anos. Antes de tudo, a consciência do “ser leigo”, do pertencer a uma ordem eclesial – o laicato –, com identidade, dignidade, espiritualidade, vocação e missão específicas. Leigos passaram a atuar em conselhos de pastoral, de administração, de formação, articularam-se em movimentos e pastorais, uniram-se ao redor de algum carisma de espiritualidade. Não é possível, hoje, falar de Igreja, sem ter em conta a imensurável colaboração e participação dos fiéis leigos.

Recuos

Mas houve recuos. Muitos se fecharam em seus movimentos e comunidades, fixaram-se em práticas sacramentalistas e devocionistas, em tendências tradicionalistas, em resistências com relação ao empenho pela justiça social. Falta um projeto global de formação, articulação e espiritualidade dos cristãos leigos e leigas.

Publicado na edição de novembro/2017, nº 240, do Jornal da Arquidiocese, página 05.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

PODCAST: UM NOVO CÉU E UMA NOVA TERRA