“A mãe dos filhos de Zebedeu se aproximou de Jesus com seus filhos e se ajoelhou com a intenção de fazer um pedido. Jesus perguntou: ‘O que tu queres?’ Ela respondeu: ‘Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda’” (Mt 20,20-21).
Meditatio (meditação)
Os filhos de Zebedeu, Tiago e João, fazem parte dos primeiros discípulos de Jesus. Enquanto consertavam as redes com seu pai, Jesus os convidou a segui-lo. Eles, em uma atitude de prontidão e despojamento, deixaram imediatamente o pai e o barco e seguiram Jesus (cf. Mt 4,21-22). Tiago e João, em companhia de Pedro, tornaram-se os discípulos mais íntimos do Senhor. Na escola de Jesus, aprenderam que não devem visar ao êxito, disputando os primeiros lugares. O pedido de Salomé, mulher de Zebedeu, para que Jesus conceda lugares privilegiados no Reino aos seus filhos, ofereceu ao Mestre a oportunidade de falar da autoridade como serviço: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo” (Mt 20,25-27). Os filhos de Zebedeu, superando as ambições aos primeiros lugares, compreenderam que o último lugar, o lugar do serviço, é o lugar de Jesus e de seus discípulos.
Oratio (oração)
Ensinai-me, Senhor, a superar os desejos ambiciosos e as disputas por lugares de prestígio e fama! Dai-me um coração disposto a assumir o último lugar!
Contemplatio (contemplação)
Voltemos nossos olhares para o Alto, onde o apóstolo Tiago renovava suas forças para ser fiel ao seu apostolado.
Missio (missão)
Ao ser decapitado por Herodes Agripa I, Tiago foi o primeiro dentre os apóstolos a dar o sangue pelo Senhor, assumindo, assim, o primado do martírio. De fato, Tiago pôde beber com o Mestre o cálice do sacrifício (cf. Mt 20,22-23). Com Jesus, Tiago aprendeu a servir e dar a vida (cf. Mt 20,28). O seu sangue consagrou os primeiros trabalhos dos apóstolos. A vida de Tiago nos ensina que, embora custamos a compreender a vontade de Deus, é preciso nos deixar moldar pelo Senhor. Nossa missão, como apóstolos de nossos tempos, é assumir o primado do serviço e do amor.
Por Pe. Wellington Cristiano da Silva
Artigo publicado na edição nº 236 do Jornal da Arquidiocese
Julho de 2017