“Jesus respondeu: ‘Por que me procuráveis? Não sabeis que devo estar na casa de meu Pai?’ Eles, porém, não compreenderam as palavras que lhes dissera. Jesus desceu então com seus pais para Nazaré, e era-lhes obediente. Sua mãe, porém, conservava no coração todas estas coisas” (Lc 2,49-51).
Meditatio (meditação)
Aos 12 anos de idade, Jesus peregrina com seus pais a Jerusalém para a festa da Páscoa. São “romeiros” devotos, fiéis à lei do Senhor. No retorno para casa, Jesus permanece em Jerusalém, sem que seus pais percebessem. Maria e José encaram a dura realidade da perda. A angústia aflige os seus corações. Contudo, não se cansam de procurar o Menino. Depois de três dias, retornando a Jerusalém, encontram Jesus ensinado os doutores. A alegria do encontro acalma os corações atribulados.
A narrativa da perda e do encontro do Menino Jesus retrata a experiência profunda do mistério da Páscoa de Cristo. A cruz é experiência de perda, dor, angústia, entrega. A ressurreição, todavia, é oportunidade de alegre encontro, de reavivamento da fé e da esperança. É Jerusalém a cidade da cruz e da ressurreição. É sempre necessário voltar a Jerusalém para encontrar o Senhor.
Oratio (oração)
Sagrada Família de Nazaré, minha família vossa é!
Contemplatio (contemplação)
Mesmo sem compreender todo o mistério que envolve a vida de Jesus, Maria persevera em sua caminhada de fé, guardando todas estas experiências vividas em seu coração. Seu coração é memória viva do Evangelho. Como Maria, contemplemos em nossos corações o Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo.
Missio (missão)
Todas as famílias passam por momentos difíceis de perda e angústia. São vítimas de tantas ameaças e tribulações. Não foi diferente na história da família de Nazaré. A Sagrada Família também teve que enfrentar realidades desafiadoras. Contudo, o amor, a fé e a esperança sempre alimentaram a vida e a perseverança desta família. Como família de Cristo, assumimos o compromisso de não nos deixarmos levar pelo desânimo e pelo desespero. Nossa missão é perseverar na prática do Evangelho. Peçamos à Sagrada Família de Nazaré o sustento necessário para permanecermos fiéis à nossa vocação cristã.
Por Pe. Wellington Cristiano da Silva
Artigo publicado na edição de dezembro/2018, nº 252, do Jornal da Arquidiocese, página 08.