“Enquanto Jesus falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: ‘Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram’. Jesus respondeu: ‘Muito mais felizes são aqueles que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática’” (Lc 11,27-28).
Meditatio (meditação)
Admirada pela pregação de Jesus, uma mulher dirige um louvor especial àquela que concebeu e amamentou o Filho de Deus. A resposta que Jesus dá a esta anônima mulher não nega a felicidade daquela que, por graça, foi eleita para ser sua mãe, mas busca, sobretudo, ressaltar uma felicidade ainda maior e que antecede a esta: a de ouvir a Palavra de Deus e praticá-la. A verdadeira felicidade de Maria consiste no fato de se deixar mover pela Palavra do Senhor. Ela é feliz porque acreditou (Lc 1,45). Ser mãe do messias é consequência de sua prática de fé. Jesus estende a bem-aventurança para além dos laços de sangue e inclui todos aqueles que, como sua mãe, acolhem e conservam a sua Palavra em seus corações (Lc 2,19.51).
Oratio (oração)
“Vossa Palavra é uma luz para os meus passos, é uma lâmpada luzente em meu caminho. Vossa Palavra é minha herança para sempre, porque ela é que me alegra o coração!” (Sl 118,105.111).
Contemplatio (contemplação)
Em Maria, a Palavra é como semente que caiu em terra boa, pois, ouvindo com um coração bom e generoso, ela conservou a Palavra e produziu bom fruto pela sua perseverança (Lc 8,15). Seguindo seu modelo de fé, contemplemos, no íntimo do nosso coração, a Palavra do Senhor.
Missio (missão)
Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a Palavra de Deus, e a põem em prática” (Lc 8,21). Jesus quer que façamos parte de sua família. Uma família não estabelecida pelos laços sanguíneos, mas pelos laços da Palavra. Ouvir a Palavra é um convite aos que seguem os passos de Jesus. Quanto mais nos deixamos mover por esta Palavra, mais íntimos de Jesus nos tornamos. Praticar a Palavra de Deus é missão para toda a vida. Neste mês dedicado à Bíblia, queremos fazer dela nosso projeto de vida, nosso itinerário espiritual.
Por Pe. Wellington Cristiano da Silva
Artigo publicado na edição nº 227 do Jornal da Arquidiocese
Setembro de 2016