Toda comunidade cristã precisa de pessoas disponíveis ao serviço. Para que a revelação do ser e do agir de Deus alcance pessoas e povos, é preciso que algumas pessoas, escolhidas pelo próprio Deus, disponham-se ao serviço específico do culto a Deus, da pregação da Palavra e da animação da comunidade. No seu desígnio amoroso, Deus quis precisar de pessoas que colaborem na realização de seu plano de salvação.
Cuidado vocacional
O Documento 100 da CNBB – “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia. A conversão pastoral da paróquia” – ensina que “a paróquia é, por excelência, o lugar do cuidado vocacional”. E citando o decreto Optatam totius (n. 2), do Concílio Vaticano II sobre a formação presbiteral, acrescenta: “O dever de fomentar as vocações pertence a toda a comunidade dos fiéis, que as deve promover mediante uma vida plenamente cristã. Para isso concorrem não só as famílias que, animadas pelo espírito de fé, de caridade e piedade, são como que o primeiro seminário, mas também as paróquias, de cuja vida fecunda participam os adolescentes” (n. 309).
As vocações são dom de Deus. Ele não deixará faltar vocações e ministérios para que o seu plano de salvação se expanda sobre a terra. Ele se serve de famílias e comunidades e paróquias vivas para fazer surgir nelas os escolhidos para missões especiais. Supõe-se, portanto, que paróquias e comunidades marcadas pela vitalidade da fé, terão como fruto o surgimento de muitas vocações. Ao contrário, se essas não surgem, pode-se dizer que falta aí o dinamismo da oração e o espírito de fé.
Pluralidade de ministérios
A Igreja sempre contou com uma pluralidade de ministérios. Junto com a vocação específica dos ministros ordenados (bispos, padres e diáconos) e das pessoas consagradas (mulheres e homens pertencentes a ordens, congregações ou institutos religiosos), a Igreja é o lugar da diversidade dos ministros leigos. Diz o Documento 100 da CNBB: “Para que as comunidades (e paróquias) possam ser bem servidas e crescer na fé, é necessário estimular a participação de leigos nos diferentes ministérios e serviços” (n. 307).
Esses ministros partilham do serviço do próprio Cristo. São missionários: fundam novas comunidades eclesiais, levam o Evangelho aos ambientes profissionais, garantem presença nos novos areópagos (política, comunicação, universidades, saúde etc.). Enfim, fazem a ponte entre a Igreja e o mundo. Enriquecem as comunidades e paróquias com a beleza de sua presença e missão.
Artigo publicado na edição de agosto/2015, nº 215, do Jornal da Arquidiocese