O Natal, época de paz e solidariedade, assume novos contornos nesses tempos sombrios, de egoísmos, polarizações e guerras. Em diversos países – na Ucrânia, na Palestina e em Israel, na Síria, na Nigéria, no Sudão do Sul –, para citar alguns, as festividades natalinas ocorrem em meio a conflitos armados, tensões políticas e divisões sociais profundas. Nesse cenário desafiador, a mensagem central do Natal – o amor de Deus pela humanidade e a esperança humana por dias melhores – ganha importância ainda mais marcante.
O nascimento de Jesus
O nascimento de Jesus ocorreu num contexto de opressão e instabilidade política, em condições modestas, tendo a simplicidade e a humildade como valores fundamentais. Na sua pequenez, Jesus é apresentado como o novo rei de Israel, e sofre o risco de ser morto pelo perverso rei Herodes. Em um mundo onde as guerras persistem, a mensagem natalina convoca ao empenho pela proteção de nossas crianças, nos chama à reflexão sobre a necessidade de buscar a paz e a harmonia, mesmo nas circunstâncias mais adversas.
A celebração do Natal
As guerras contemporâneas, marcadas por conflitos sectários e interesses geopolíticos, desafiam a compreensão do Natal como tempo de alegria e paz. Entretanto, a mensagem que ressoa na história do nascimento de Jesus pode inspirar ações concretas em direção à resolução de conflitos, à prática de diálogos construtivos, à compreensão mútua e à busca de soluções pacíficas para as disputas que assolam comunidades e nações. O Natal oferece um momento para transcender as diferenças e lembrar que, somos todos parte de uma humanidade compartilhada.
A partilha com os necessitados
A mensagem natalina também destaca a importância da compaixão e da solidariedade. Em tempos de tantas guerras, é crucial lembrar que a compaixão não conhece fronteiras, e a solidariedade pode superar barreiras ideológicas. O espírito natalino da partilha convida a olhar para além das divisões e estender a mão ao próximo. É uma oportunidade dada por Deus para partilhar nossos bens espirituais e materiais com os necessitados, para cultivar a compaixão, com ações concretas de construção de pontes, lembrando-nos de que, mesmo em tempos difíceis, a esperança sempre vence.
Artigo publicado na edição 307 do Jornal da Arquidiocese, em julho de 2023, na página 5.