Artigo: Dogmas Marianos, por Pe. Vitor Galdino Feller

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Artigo: Dogmas Marianos, por Pe. Vitor Galdino Feller

No mês de maio celebra-se a figura de Maria e de sua missão na história da salvação. É um bom momento para comprovarmos nossa fé cristã no que diz respeito à Maria, mãe do Filho de Deus feito homem. Os dogmas marianos nos ajudam nisso.

A glória de Maria, por Aldo Locatelli, na Paróquia Santíssimo Sacramento/Foto: Angelina Wittmann
A glória de Maria, por Aldo Locatelli, na Paróquia Santíssimo Sacramento/Foto: Angelina Wittmann

Importância dos dogmas

Muita gente, por diversos motivos, tem dificuldade com os dogmas da Igreja. Na verdade, são como placas indicativas, advertências sobre perigos, muros de arrimo, postos na estrada da fé, para indicar o caminho a seguir e advertir quanto a desvios do percurso comunitário da vida cristã. Não se pode ficar presos neles; mas avançar com a segurança que nos oferecem. Faz-se necessário garantir-lhes a essência da mensagem, mas avançando na revisão da linguagem e na roupagem, a fim de que sua mensagem seja sempre atual. Assim se promove o desenvolvimento dos dogmas. E se colabora para a vivência do Evangelho em cada tempo e lugar.

Os dogmas marianos antigos

A Tradição da Igreja ensina que há quatro dogmas marianos. Na Igreja antiga, no regime da cristologia, com firme fundamentação bíblica, elaboraram-se os dogmas da maternidade divina (Mãe de Deus) e da virgindade perpétua (Sempre Virgem). Mais do que a Maria, referem-se a Jesus Cristo. São dogmas propriamente cristológicos. Pela maternidade divina cremos que Maria dá ao Filho de Deus a condição humana. Afirmamos, assim, a humanidade de Jesus. O dogma da virgindade perpétua ensina que o filho de Maria não é um homem qualquer. Sua concepção, seu parto e os cuidados que exige são de natureza sobrenatural. Afirma-se, então, a divindade de Jesus.

Os dogmas marianos modernos

Na Idade Moderna, no regime da antropologia, sem um enraizamento bíblico explícito, mas com desenvolvimento na Tradição, definem-se os dogmas da Imaculada Conceição e da Assunção Gloriosa. Mais do que a Maria, referem-se ao ser humano (ánthropos); são verdades antropológicas. O dogma da Imaculada Conceição aponta para a situação de justiça original em que todo ser humano foi criado; condição perdida com o pecado original. Maria é um sinal desta santidade original; ela sempre foi o que todo ser humano sempre deveria ter sido: puro, santo, imaculado. O dogma da Assunção Gloriosa aponta para a realidade definitiva de todo ser humano salvo em Cristo; situação a ser alcançada no final dos tempos. Maria é sinal desta glória eterna; ela já é o que todo ser humano, fiel a Cristo, será: glorioso, transfigurado.

Artigo publicado na edição 300 do Jornal da Arquidiocese, em maio de 2023, na página 5.

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