A política que gera violência

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A política que gera violência

A Campanha da Fraternidade 2018 convoca toda a Igreja a promover a paz, em uma atitude de negação da cultura da violência instalada no Brasil e em grande parte do mundo. Os dados impressionam: vivemos uma verdadeira guerra civil, onde mais de 60 mil pessoas são mortas por homicídio por ano no Brasil.

Existem diversos fatores que provocam atitudes violentas. No entanto, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), todo ato violento é intencional e resulta em danos físicos, sexuais, psicológicos ou morte. Atos de violência podem ser individuais, coletivos e institucionais, públicos ou privados.

A desigualdade social é um dos principais elementos geradores de violência. O Brasil tem o terceiro pior índice de desigualdade no mundo. A população carcerária é predominantemente negra, jovem e pobre, oriunda das periferias dos grandes centros urbanos, o que coloca o Brasil na quarta maior população carcerária do mundo.

A falta de investimento em políticas sociais, educação, saúde, habitação, assistência social, cultura etc., causa a violência estrutural existente atualmente. Por outro lado, ainda há um aumento significativo de parlamentares comprometidos com a violência, que compõe a bancada da bala, do aumento das penas, de reformas favoráveis ao mercado e não às pessoas.

A conjuntura política do país tem proporcionado aumento significativo da violência. Quando a população é levada a perder o interesse pela política e começa a apoiar pessoas e projetos autoritários e antidemocráticos, viabiliza o aumento da violência institucional do Estado junto à população mais vulnerável.

Para superar a violência é necessário construir a fraternidade e promover a cultura da paz. É preciso estar atento a todas as ações que geram violência e seguir os passos do príncipe da paz, Jesus.

Por: Fernando Anísio Batista – Secretário Executivo da ASA

Artigo publicado na edição de fevereiro de 2018, do Jornal da Arquidiocese, pág. 05.

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