A humildade é um daqueles segredos que se deve adquirir para aprender a viver os ensinamentos do Evangelho. Não se verifica tanto no comportamento exterior. É, antes de tudo, uma atitude interior. Santa Teresa de Ávila define a humildade como “caminhar na verdade”. Esta definição vai ao encontro do que afirma Santo Tomás de Aquino. Diz que a humildade tem duplo fundamento: a verdade e a justiça. A verdade nos faz conhecedores de Deus e de nós mesmos e a justiça inclina a tratar tudo na vida de acordo com este conhecimento.
São Bento enumera 12 passos para se atingir a verdadeira humildade. 1. Temor de Deus, como medo de ofender o criador; 2. Obediência: não há humildade onde existe a desobediência; 3. A submissão aos superiores por amor a Deus; 4. A paciência, suportando as injúrias e as injustiças sem queixumes ou se fazendo de vítima; 5. A confissão pública de impotência em certas situações; 6. A aceitação cordial dos imprevistos; 7. Discrição de gestos, ou seja, não esperar elogios, recompensas ou status pelos serviços realizados; 8. Fuga da singularidade, do considerar-se o mais importante; 9. Saber se calar; 10. Saber quando e o que falar; 11. Modéstia no uso dos bens materiais; 12. Simplicidade.
O parâmetro da virtude da humildade é a “kenosis” (rebaixamento, esvaziamento) do Verbo que se fez homem. A Ladainha da Humildade retoma as atitudes que caracterizam a humildade. “Do desejo de ser estimado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser amado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser procurado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser louvado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser honrado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser preferido, livrai-me Jesus. Do desejo de ser consultado, livrai-me Jesus. Do desejo de ser adulado, livrai-me Jesus. Do temor de ser humilhado, livrai-me Jesus. Do temor de ser desprezado, livrai-me Jesus. Do temor de ser rejeitado, livrai-me Jesus. Do temor de ser caluniado, livrai-me Jesus. Do temor de ser esquecido, livrai-me Jesus. Do temor de ser esquecido, livrai-me Jesus. Do temor de ser escarnecido, livrai-me Jesus. Do temor de ser injuriado, livrai-me Jesus”.
Por: Arcebispo de Florianópolis – Dom Wilson Tadeu Jönck, scj
Artigo publicado na edição de outubro/2016, nº 228, do Jornal da Arquidiocese