As crianças não são somente o futuro da Igreja, mas também o presente, com uma participação cada vez mais ativa nas paróquias e comunidades. Elas animam, embelezam, dão vigor e são parte viva do Corpo de Cristo. É o cuidado, a acolhida e a formação que a Igreja proporciona que vai marcar o tipo de pessoa e cristãos que essas crianças serão amanhã. Por isso, é muito importante que a Igreja cuide dos pequenos sendo as mãos de Deus na orientação e no crescimento delas em estatura, sabedoria e graça divina.
A iniciação das crianças na Igreja se dá pelo Batismo. Mas, é na catequese que elas são inseridas na vivência da fé e dão início a uma jornada cristã. O Papa João Paulo II dizia que as crianças são os pequenos-grandes missionários. A missão que Jesus confiou aos cristãos é a de “ir e fazer discípulos entre todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo o que vos tenho ordenado. Eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28, 19-20).
Infância e Adolescência Missionária
A Igreja proporciona diversas atividades, espaços e iniciativas que visam a evangelização dos pequeninos, como a formação da catequese e a organização de grupos como a Infância e Adolescência Missionária (IAM), que tem como finalidade suscitar o espírito missionário universal nas crianças, desenvolvendo-lhes o protagonismo na solidariedade e na evangelização e, por meio delas, em todo o Povo de Deus: “Crianças ajudam e evangelizam crianças”. São crianças em favor de outras crianças.
De acordo com a secretaria nacional da Infância e Adolescência Missionária, irmã Patrícia Souza, na obra da IAM, a criança e o adolescente assumem seu protagonismo, com a sua linguagem, característica e experiência.
“Na missão, a criança e o adolescente são capazes de evangelizar outra criança e outro adolescente, dando testemunho, fazendo sacrifício daquilo que têm, para ajudar aos menos favorecidos. Com isso, tornam-se seus amigos por meio da oração, do sacrifício e da própria solidariedade. Estas crianças e adolescentes evangelizadores são sinais para outras, em meio à globalização mundial”, destaca.
A Infância e Adolescência Missionária forma grupos de crianças e pré-adolescentes com uma média de 12 participantes entre os que desejam pertencer à IAM. A estrutura principal da obra são os grupos, cujos membros tornam-se fermento missionário na família, na escola, na comunidade eclesial e no ambiente em que vivem.
Com as medidas mais rígidas no combate ao novo coronavírus, a IAM na Arquidiocese teve que se adaptar. Além de alguns encontros online, os assessores têm deixado material na secretaria paroquial para os pais buscarem e trabalharem com as crianças. “A maioria dos assessores estão deixando o material na secretaria da igreja e acompanham por Whatsapp as crianças e adolescentes, que fazem as atividades em casa”, explica a coordenadora arquidiocesana da IAM, Patrícia Dayane Dadam.
Pastoral de Coroinhas
Outro espaço importante é o serviço como coroinha. No ano passado, uma grande celebração reuniu os coroinhas para celebrar 20 anos da pastoral na Arquidiocese de Florianópolis. Estima-se que atualmente cerca de quatro mil crianças façam parte.
A Pastoral de Coroinhas surgiu por iniciativa da Irmã Clea Fuck, da Congregação da Divina Providência. Em 1993, iniciou na Paróquia São Sebastião, em Tijucas, com o apoio do então pároco, Pe. Pedro Luiz Azevedo, um primeiro grupo de coroinhas, meninos e meninas.
Mas o que é ser coroinha? “Dito de forma bem simples: O ministério de coroinha consiste em ajudar o padre na liturgia. Esse serviço é muito importante tanto para a paróquia, que recebe a prestação desse serviço na liturgia, como para as crianças, que aprendem desde cedo a amar, na prática, a vida da Igreja, a comunidade, a liturgia – amar e servir”, explica a Irmã Clea, coordenadora da pastoral na Arquidiocese. A pastoral promove formações através de encontros regionais, forâneos e arquidiocesanos.
Com a chegada da pandemia, a Pastoral de Coroinhas orientou as 13 coordenações forâneas a seguirem todos os decretos e diretrizes da Arquidiocese e das autoridades civis no combate à Covid-19. “Em momentos especiais, como o Corpus Christi, e abertura para missas presenciais, recomendamos os necessários cuidados. Nas paróquias, deixamos ao cuidado dos párocos. A nossa preocupação é sempre com o bem-estar de todos.”
Com informações de CNBB.
Matéria publicada no Jornal da Arquidiocese, nº 272, de outubro de 2020.