Na tarde do último sábado, 23, a Igreja Matriz da Paróquia Santo Antônio, em Campinas, São José, recebeu centenas de fiéis para a ordenação presbiteral de Eduardo Cardozo de Senna. Sob a presidência do Arcebispo Dom Wilson Tadeu Jönck, a Missa foi concelebrada pelo Bispo Auxiliar Emérito, Dom Vito Schlickmann e por diversos padres.
Com o lema de ordenação “Todos ficaram cheios do Espírito Santo e anunciavam corajosamente a Palavra de Deus!” (At 4, 31), padre Eduardo participou emocionado da cerimônia, ao lado de seus familiares, amigos e de uma assembleia igualmente comovida.
Na reflexão, Dom Wilson destacou a importância de o sacerdote ser como o Bom Pastor, Jesus. “Para ser fiel às ovelhas, o padre deve ser, primeiramente, fiel a quem o envia, ou seja, o próprio Deus”, afirmou. “No seu ‘sim’ você diz a Deus que Ele pode confiar em você. Foi Ele quem te escolheu para ser sacerdote”, completou.
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Ainda durante a homilia, Dom Wilson explicou quais as principais tarefas do presbítero. “O padre tem a missão de mostrar a presença do Pai, pregando o Evangelho e dando testemunho com sua própria vida. Precisa também estar a serviço do povo, ministrando os Sacramentos. Por fim, o sacerdote deve estar à frente, para conduzir o rebanho”, detalhou. “Eduardo, sua vida agora pertence a Deus”, concluiu o celebrante.
Secando as lágrimas, padre Eduardo agradeceu a sua família, aos padrinhos de ordenação, aos músicos, aos padres e formadores e a toda a comunidade que participou da Missa e de sua vida de fé.
“Meu coração transborda do sentimento de gratidão”, disse com voz embargada o neo-sacerdote. “Obrigado a todos que rezam comigo e que rezam por mim todos os dias. Espero retribuir, exercendo meu ministério de forma fecunda. Sou grato a todos que me fizeram descobrir que sou muito amado por Deus”, completou Eduardo.
O recém-ordenado, que tem 40 anos, falou brevemente de sua vida e destacou a alegria de ter sido chamado ao sacerdócio por dois amigos de escola. “Sou muito grato ao Rafael e ao Jean, que me convidaram para participar do grupo de oração jovem Sopro de Vida, em 1997”, relatou. E acolhendo os seminaristas presentes à cerimônia, lembrou da coragem daqueles dois jovens em despertar nele o chamado de Deus.
A mãe do padre Eduardo, Maria de Lourdes, esteve serena durante a Missa, ao lado dos outros dois filhos. “Vivemos juntos uma semana linda. Meu desejo é que ele siga o lema que escolheu e anuncie corajosamente a Palavra de Deus, sendo um bom pastor”, completou.
As primeiras Missas do padre Eduardo foram celebradas no domingo, dia 24. De manhã, ele rezou com sua comunidade paroquial, em Campinas, São José. À noite, presidiu a celebração na Igreja Matriz da Paróquia São Sebastião, em Tijucas, onde trabalha desde janeiro deste ano.
Eduardo é o segundo presbítero ordenado esse ano, na Arquidiocese de Florianópolis. Jair José Pereira foi o primeiro, em cerimônia realizada em 02 de junho, nos Ingleses.
Histórico
Eduardo Cardozo de Senna nasceu em 01 de agosto de 1977, na cidade catarinense de Urubici, mas veio ainda criança morar com a família em São José.
Ele é o filho caçula de Maria de Lourdes e Sérgio, já falecido. Irmão de Sérgio e Roberta e tio de Bruno, Tomaz e Lívia, ele se considera um privilegiado por sua estrutura familiar.
Batizado na Igreja Católica quando ainda era pequeno, Eduardo nem sempre professou a fé cristã. Até os 18 anos, ele e sua família participavam do Espiritismo, embora sempre tenha estudado em escolas católicas.
E foram as aulas de ensino religioso das Irmãs Salvatorianas do Colégio Nossa Senhora de Fátima, no Estreito, que fizeram o ainda menino Eduardo sentir um primeiro despertar de sua vocação. A oração em frente ao Sacrário a um “Jesus que mora ali” não era muito compreendida ainda, mas tocava muito seu coração infantil.
Terminado o ensino médio, passou no vestibular para cursar Enfermagem, mas preferiu abrir mão dos estudos por outra paixão, herdada do pai: o futebol. Jogou no Vasco da Gama e no Figueirense. Tempos depois, largou o futebol, conseguiu um emprego no antigo BESC e se dedicou à Ciência da Computação.
No final de 1997, Eduardo aceitou o convite de dois amigos para conhecer um grupo de oração jovem Sopro de Vida. Já no primeiro encontro, sentiu-se tocado pela palavra de Deus, pelas orações e, muito particularmente, pela música.
A conversão de Eduardo se estendeu a toda sua família, que voltou a professar a fé católica. Talentoso não só com os pés, o ex-jogador de futebol também é hábil com as mãos. E, com seu violão, passou a animar as celebrações da sua Paróquia, a Santo Antônio, em Campinas, São José.
Incentivado por seu pároco, padre Sérgio de Souza, e já decidido a ser padre, em 2001, Eduardo aceitou o convite do padre Márcio Vignoli para participar de algo novo, na época: as comunidades de vida e de aliança de leigos consagrados, que deixam a família e vivem em missão. Por 12 anos, participou da Comunidade Divino Oleiro, tendo morado no sertão da Bahia e em Guiné Bissau.
De volta ao Brasil, cursou Teologia como leigo consagrado e depois se formou em Filosofia, já como seminarista, em Brusque. Ao terminar os estudos, ficou seis meses no Convívio Emaús, em Florianópolis, e fez pastoral na Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Paulo Lopes.
Eduardo ainda morou alguns meses em Paulo Lopes, antes de vir trabalhar na Paróquia São Sebastião, em Tijucas, no início deste ano, onde permanecerá como vigário paroquial após sua ordenação presbiteral.
Sua ordenação diaconal aconteceu em Garopaba, no dia 16 de dezembro de 2017.
Por Jornalista Juliana Vailati
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