“Disse Deus a Noé e a seus filhos: ‘Eis que vou estabelecer minha aliança convosco e com vossa descendência, com todos os seres vivos que estão convosco: aves, animais domésticos e selvagens, enfim, com todos os animais da terra, que saíram convosco da arca’” (Gn 9,8-10).
Meditatio (Meditação)
O dilúvio não representa a destruição da humanidade e da criação, mas a renovação do homem, da mulher e de todas as criaturas. Desde o princípio, Deus quis se fazer próximo do ser humano, por isso estabeleceu com ele uma aliança de amor. Essa aliança foi estendida a todas as criaturas. O arco-íris simboliza a universalidade desta aliança, o elo entre o céu e a terra e o compromisso de Deus com a vida. Deus se manterá fiel a este pacto de amor. Noé, homem justo, é imagem da nova humanidade que renasce do dilúvio e que permanecerá fiel a aliança com o Criador.
Oratio (Oração)
“Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia! Na imensidão de vosso amor, purificai-me! Lavai-me todo inteiro do pecado, e apagai completamente a minha culpa!” (Sl 50,3-4).
Contemplatio (Contemplação)
O arco-íris nos faz olhar para o Alto, para Deus. Neste sinal universal de salvação contemplamos a aliança que Deus estabeleceu com toda criação.
Missio (Missão)
As águas do dilúvio prefiguraram o nascimento da nova humanidade. É, portanto, um sinal de purificação e de renovação espiritual. Com as águas do dilúvio, os vícios da humanidade foram sepultados e uma nova criação ressurge das águas. O dilúvio nos recorda o nosso próprio batismo. Nas águas do batismo, morremos para o pecado e renascemos para uma vida nova. Ungidos pelo Espírito, o Pai nos configura à imagem de seu Filho, Nosso Senhor Cristo Jesus. A Quaresma é tempo oportuno de revisão de vida e de renovação das promessas batismais. A graça divina derramada em nossos corações nos impulsiona a testemunhar a esperança em um mundo novo e transfigurado. Como descendentes de Noé, assumimos o compromisso de fidelidade à aliança, na luta em defesa da vida.
Por Pe. Wellington Cristiano da Silva
Artigo publicado na edição de fevereiro/2018, nº 242, do Jornal da Arquidiocese, página 08.