Ao assumir como Igreja Arquidiocesana as cinco urgências das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja do Brasil, na elaboração do Plano de Pastoral da Arquidiocese, estabeleceu-se um processo participativo em todas as suas instâncias, no sentido de que fossem sugeridas linhas de ação, para que pudéssemos atender em nossa ação pastoral, as referidas urgências.

Desta forma o Plano de Pastoral contempla inúmeras linhas de ação para a 5ª Urgência: “Igreja a serviço da vida plena para todos”, estabelecidas nos âmbitos: arquidiocesano, comarcal e paroquial.

Embora nas várias instâncias, seja nos âmbitos arquidiocesano, comarcal e paroquial, já executam muitas destas ações, através das ações sociais, pastorais e movimentos, julgou-se necessário a elaboração de um Projeto Arquidiocesano que pudesse sistematizar, organizar, divulgar e  dinamizar a execução destas linhas de ação em toda a arquidiocese.

O projeto intitulado “A Caridade Social na Arquidiocese” foi organizado e sistematizado pela Ação Social Arquidiocesana – ASA, enquanto organismo da Arquidiocese constituído para orientar, organizar e motivar o atendimento à dimensão da caridade social na arquidiocese.

Apresentamos a seguir uma síntese do Projeto, que possibilitará uma visão de conjunto, os objetivos a que se propõe e as instâncias envolvidas e suas atribuições e responsabilidades:

 Apresentação

A elaboração do Projeto a Caridade Social na Arquidiocese de Florianópolis nasce da necessidade de organizar, divulgar e incentivar a prática da Dimensão da Caridade. “A Igreja não pode descurar o serviço da caridade, como também não pode negligenciar os Sacramentos e a Palavra”, diz o Papa Bento XVI em sua Encíclica “Deus Caritas Est”.

Pretende ser veículo de divulgação e conscientização em toda a arquidiocese, da prática da caridade fraterna, como identidade cristã e da estreita ligação entre o Evangelho e a luta por melhores condições de vida para todos.

As atividades que são propostas estão em perfeita sintonia com as linhas de ação do Plano de Pastoral Arquidiocesano, voltadas para a 5ª Urgência: “Igreja a serviço da vida plena para todos”.

Coordenação e Execução

A coordenação da implantação do Projeto está a cargo da Ação Social Arquidiocesana (ASA), enquanto entidade de Assistência Social da Arquidiocese de Florianópolis.

A execução do Projeto será feita no âmbito arquidiocesano e comarcal pela ASA, em conjunto com as coordenações destas instâncias. No âmbito das paróquias, pelas ações sociais paroquiais sob a coordenação dos respectivos párocos ou vigários paroquiais, com a assessoria da ASA e em conjunto com as pastorais sociais e movimentos. Em ambos os casos, a execução se fará também em parceria com as entidades, que possuem articulação com os espaços de controle social.

 Fundamentação

Na grande parábola do Juízo final (cf. Mt 25,31-46) Jesus mostra de modo inequívoco o compromisso de seus seguidores para com a prática da caridade fraterna: “Sempre que fizestes isto a um  a um destes meus irmãos mais pequeninos, a mim mesmo o fizestes”(Mt 25,40).

“O serviço da caridade da Igreja entre os pobres é um campo de atividade que caracteriza de maneira decisiva a vida cristã, o estilo eclesial e a programação pastoral”. DAP 394. “Hoje queremos ratificar e potencializar a opção preferencial pelos pobres feita nas conferências anteriores. Que seja preferencial implica que deva atravessar todas as nossas estruturas e prioridades pastorais”. DAP 396.

Com grande clareza o Papa Bento XVI em sua Encíclica “Deus é Amor”, coloca a prática da Caridade como dever inalienável da Igreja: “Praticar o amor para com as viúvas e os órfãos, os presos, os doentes e necessitados de qualquer gênero pertence tanto à sua essência como o serviço dos Sacramentos e o anúncio do Evangelho. A Igreja não pode descurar o serviço da caridade, como também não pode negligenciar os Sacramentos e a Palavra”. E conclui afirmando:

A natureza íntima da Igreja exprime-se num tríplice dever: anúncio da Palavra de Deus (Kerigma), celebração dos Sacramentos (leiturgia), serviço da caridade (diakonia).Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social que se poderia mesmo deixar a outros, mas pertence à sua natureza, é expressão irrenunciável da sua própria essência”.

 Objetivo Geral

Contribuir com a Dimensão Social e da Caridade da Igreja Arquidiocesana, com vistas à sua  organização, ampliação, unificação, execução e divulgação dos trabalhos sociais e da prática da caridade na Arquidiocese de Florianópolis.

Desenvolvimento do Projeto no Âmbito Arquidiocesano

O desenvolvimento do projeto no âmbito arquidiocesano pretende fortalecer a divulgação e a conscientização para a prática efetiva da solidariedade e caridade cristã, como atitude indissociável da vivência da fé em toda a arquidiocese.

No âmbito de toda arquidiocese o projeto deseja despertar também, que “é preciso recuperar a presença pública da Igreja nas políticas públicas, a favor da vida humana e de toda a criação “Deus criou tudo… e viu que tudo era muito bom! (Gn 1,31); nas lutas a favor de melhorias na saúde, educação, transporte, etc.

O projeto se propõe ainda, que a Igreja Arquidiocesana esteja representada nos mais diversos fóruns e conselhos de políticas públicas no plano estadual e federal, e em parceria com a Cáritas Estadual e entidades de controle social.

Finalmente o Projeto pretende favorecer a divulgação da enorme riqueza dos trabalhos sociais e de caridade desenvolvidos em toda a Arquidiocese em favor das famílias carentes, dos idosos, crianças, jovens, gestantes, etc.

As atividades no âmbito arquidiocesano serão coordenadas e desenvolvidas pela Ação Social Arquidiocesana – ASA em parceria com as coordenações arquidiocesanas das pastorais, em especial das sociais, com a Cáritas Regional e entidades que possuem articulação com os espaços de controle social.

 Desenvolvimento do Projeto no Âmbito Comarcal

O desenvolvimento do Projeto no âmbito das comarcas buscará em um primeiro momento, fomentar e incentivar a prática da caridade social em todos os segmentos da paróquia; e a estruturação e adequação das ações sociais paroquiais, onde se fizer necessário, para o atendimento da demanda dos mais empobrecidos. Possibilitar o conhecimento dos trabalhos sociais e caritativos desenvolvidos nas paróquias e criar possibilidades de maior comunhão entre elas no que se refere à solidariedade.

Pretende ainda, conscientizar e incentivar quanto à necessidade de participação nos fóruns de políticas públicas nos municípios.

As atividades no âmbito comarcal serão coordenadas e desenvolvidas pela Ação Social Arquidiocesana – ASA em parceria com os coordenadores das comarcas, presbíteros, diáconos e coordenadores comarcais dos movimentos e pastorais.

 Desenvolvimento do Projeto no Âmbito Paroquial

O desenvolvimento do Projeto nas paróquias pretende estruturar e organizar, onde se fizer necessário, as ações sociais paroquiais de forma que tenham condições de atender as necessidades das pessoas em situação de vulnerabilidade social básica: alimentação, vestuário e encaminhamentos emergenciais para tratamento de saúde e dependência química, entre outras.

Ainda, adequá-las gradativamente à legislação vigente, para seu enquadramento como Entidades de Assistência Social, que possibilitarão a busca de certificações juntos aos poderes públicos federais, estaduais e municipais. Com isso, abrindo espaços para a obtenção de convênios e parcerias com vistas à captação de recursos para o desenvolvimento de programas sociais.

As atividades do projeto no âmbito paroquial serão desenvolvidas pelas Ações Sociais, em conjunto com as pastorais sociais e outras pastorais e movimentos, sob a supervisão dos respectivos párocos ou vigários paroquiais e com a assessoria e acompanhamento da ASA.

Acompanhamento e Avaliação

O acompanhamento e a avaliação da implantação do projeto serão executados de forma permanente e deverá ser realizado no decorrer de sua implantação, nas três instâncias em que está organizada a Arquidiocese:

  1. Nas paróquias pelo Conselho Paroquial de Pastoral envolvendo todas as pastorais e movimentos.
  2. Nas comarcas pelo Conselho Comarcal de Pastoral, envolvendo as paróquias, pastorais e movimentos.
  3. Na arquidiocese pelo Conselho Arquidiocesano de Pastoral, abrangendo as comarcas, paróquias, pastorais e movimentos.