Paróquia São Luís Gonzaga celebra o dia do padroeiro com missa solene

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Paróquia São Luís Gonzaga celebra o dia do padroeiro com missa solene

Celebração festiva em honra ao padroeiro ocorreu às 19h, com presença de fiéis e convidados para o momento devocional

Com a impossibilidade de realizar sua tradicional festa do padroeiro, diante da pandemia, a Paróquia São Luís Gonzaga preparou uma celebração especial para que a data não deixasse de ser comemorada neste domingo, 21 de junho. Além do rito celebrativo, a missa contou com momento devocional, onde profissionais da saúde e pacientes curados da Covid-19 participaram da solenidade, com velas e flores para São Luís.

A celebração, conduzida pelo pároco, Padre Diomar Romaniv, e concelebrada pelos padres que atuam na paróquia, foi concluída com o hino de São Luís, entoado pelo coro da Matriz.

Para a solenidade, a igreja novamente recebeu sua lotação máxima de fiéis, porém com número reduzido de pessoas no interior do templo, em obediência às regras do distanciamento social, e seguindo todas as orientações dos órgãos de saúde pública e da Arquidiocese de Florianópolis. 

“Quem ama é capaz de doar a vida”

“Inspirados por São Luís Gonzaga, nesta celebração somos convidados a renovar e fortalecer esta nossa confiança em Deus, certos de que perto Dele existe um amor, cuidado, atenção particular e individual a cada um de nós”, citou Pe. Diomar Romaniv em sua homilia. Ao se remeter ao caminho percorrido pelo padroeiro em seu curto tempo de vida, o pároco recordou que o jovem Luís Gonzaga foi capaz de fazer ressoar e ecoar entre as pessoas do seu tempo, sobretudo aquelas que eram cometidas pela peste, que valia a pena ter fé. Sua confiança no Senhor era segura, pois era um jovem que sentiu o amor do Deus desde pequeno. “Aquilo que ele ouvia: ‘quem ama é capaz de dar a vida’, as obras de misericórdia que ele contemplava, foi capaz de realizar na prática, a partir da realidade que vivenciou. Seu testemunho continua ecoando entre nós. Santo da igreja, nós aqui o reverenciamos como padroeiro, especialmente da nossa paróquia, mas ele é padroeiro também dos jovens, dos seminaristas, e queremos pedir hoje que ele olhe para a juventude”, refletiu Pe. Diomar.

Dimensão da espiritualidade

Todas as celebrações propõem à igreja um momento profundo de fé, mas, em ocasião da importância do período, a Paróquia São Luís Gonzaga viveu com ainda mais intensidade três momentos celebrativos: sexta à noite, o Sagrado Coração de Jesus; sábado de manhã, o Imaculado Coração de Maria; e domingo, o dia de São Luís Gonzaga. “O Coração de Jesus é a espiritualidade dos padres desta paróquia, que vivem desse amor de Deus, testemunham e ajudam a construir a sociedade marcada do amor. Por isso, vivemos um momento muito bonito e significativo, honramos o Coração de Jesus e o reconhecemos como inspiração para nossa vida. No sábado de manhã, quando lembramos do Imaculado Coração de Maria, o Evangelho nos falava que ela guardava todas as coisas e meditava em seu coração, e isso nos ensina que o silêncio e a contemplação fazem parte da vida. E neste domingo honramos São Luís Gonzaga, padroeiro da nossa igreja. É a grande festa paroquial e todo mundo sempre espera muito isso. Vivemos aquilo que é a centralidade: a celebração da missa e a memória deste jovem que deu a vida para cuidar das pessoas”, explica o pároco.

São Luís Gonzaga e a pandemia

São Luís Gonzaga dedicou sua vida aos enfermos de sua época, cuidando deles e se comprometendo com cada um. Morreu se doando ao próximo perante a peste. “Ele sempre quis ser religioso. O pai não queria muito, era uma família nobre, e ele renunciou tudo, porque o desejo do fundo do seu coração era viver da fé e poder testemunhar isso. Um jovem na faixa dos vinte anos, cheio de ideais e sonhos, foi capaz de transformar tudo que vivia em espiritualidade, e viveu como religioso. Em um momento específico do seu tempo, marcado pela peste, viveu sua vida religiosa em atitude concreta de amor feito serviço e doação da vida por amor. Para nós, sobretudo neste tempo de pandemia, também é inspiração de alguém que confia em Deus, mas alguém que é capaz de transformar a sua vida em serviço do outro”, comentou padre Diomar.

Vivendo a pandemia

Recordando o que viveu São Luís Gonzaga em seu tempo, com seu exemplo de serviço e total dedicação aos pesteados, e contextualizando com o atual cenário de pandemia, a paróquia preparou um momento especial na missa deste domingo para homenagear algumas pessoas que tem sentido na pele como é ser profissional da saúde em meio a Covid-19 e, para outras pessoas, viver para dar testemunho de ser curado da doença. Por isso, durante o momento devocional, foram chamados a frente da imagem de São Luís, exposta no presbitério, algumas destas pessoas, que representam tantas outras que tem vivido a mesma experiência. Com flores e velas, juntos simbolizaram o momento que causou grande emoção a quem estava na igreja e aos que assistiam a missa de suas casas.

A vela, que simboliza a luz para a vida de tantos sofredores. O lírio, que com seu perfume, ajuda a simbolizar a alegria da vida renovada e de poder dizer ‘eu fui curado’. E em meio a estes nomes, está a enfermeira Renata Costa, que, mesmo atuando na área da saúde, no combate ao vírus, testou positivo para a doença. Após 21 dias isolada para se tratar, está curada. Hoje, a palavra que a define é a gratidão. “Agradeço a Deus profundamente. Peguei esse vírus e saí dele bem, não vou mentir que fiquei com medo. Quando me disseram que testei positivo, a vida inteira passou na frente dos meus olhos. Sempre fui muita devota a Deus. A gente não é nada nesse mundo se não tivermos fé, não tiver Deus no coração e acredito que foi a fé que me tirou disso”, comentou Renata. “Me senti muito lisonjeada em ter sido convidada para participar da missa, e me emociono a cada vez que falo. Foi uma emoção tão grande quando coloquei o pé na igreja depois que fiquei 21 dias em casa. A gente reflete tanto sobre a vida. Sempre fui alguém que pegava as dores das pessoas que cuidei para mim, pois trabalhei muito tempo em UTI e Pronto Socorro. Hoje, faço parte da equipe do Centro Obstétrico do Hospital Azambuja, já trouxe ao mundo 137 vidinhas através dos partos. Eu não seria outra pessoa na vida se eu não fosse enfermeira e por isso me sinto muito agradecida”, declarou a enfermeira, curada do coronavírus.

Guilherme Gamba, Gerente da Unimed Brusque, também é um dos curados da Covid-19. Não só ele, mas também sua esposa e filho. Os três participaram do momento devocional, conduzidos por muita emoção em estar ali, depois de tudo que viveram. “Esta celebração foi muito importante para nós, para conseguirmos agradecer um pouco a benção que tivemos de nos curar. Por isso foi muito especial estar aqui na igreja, poder agradecer na presença de Deus e da nossa família, e fazer esse singelo agradecimento pela cura da Covid”, declarou Guilherme, ao lado da esposa Janara e do filho Henrique.

O médico infectologista Ricardo Alexandre Freitas se disse lisonjeado por estar presente na celebração, entre os profissionais da saúde. “A gente sabe que a luta é árdua, que devemos ter alguns momentos muito duros pela frente, e nada melhor que uma homenagem dessas para que a gente possa ser iluminado e poder iluminar algumas pessoas, também na forma de ajudar a passar por esse momento muito ruim para todos nós. Por isso, vim aqui lisonjeado receber essa homenagem e poder transmitir isso para outras pessoas que a gente atende no dia a dia. Porque nosso objetivo é esse: poder ajudar”, ressaltou o médico infectologista, que esteve junto de outros profissionais que tem atuado dia e noite na linha de frente no combate ao novo coronavírus em Brusque, como o Secretário de Saúde municipal, Dr. Humberto Martins Fornari, o Diretor Geral da Secretaria da Saúde, Rodrigo Cesari e demais profissionais da área que se dedicam para salvar vidas.

Solenidades

De sexta-feira até este domingo a igreja Matriz realizou três celebrações especiais: solenidade do Sagrado Coração de Jesus, na sexta-feira, memória do Imaculado Coração de Maria, no sábado pela manhã, e a festa de São Luís Gonzaga, nas celebrações de domingo. Todas as missas foram transmitidas pelas redes sociais da paróquia e pelos canais de televisão, como habitualmente vem sendo feito desde o início da pandemia.

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