Terra, teto e trabalho – Pe. Vitor Feller

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Terra, teto e trabalho – Pe. Vitor Feller
Foto: Amol Sonar/Unsplash

A decorrência do Ano de São José é oportunidade para refletir sobre as condições de vida do povo trabalhador. Desde o início de seu pontificado o Papa Francisco vem se encontrando, quase que anualmente, com movimentos sociais populares de todo o mundo para discutir a respeito de caminhos que levem à construção de um mundo mais justo e solidário. Com as lideranças desses movimentos lançou o programa 3T (terra, teto e trabalho). Todos querem garantir para si e seus filhos uma moradia digna, um emprego estável e, no caso dos agricultores, um pedaço de chão para produzir alimento para si e para o sustento de muitas pessoas.

A idolatria do dinheiro

Para isso é preciso superar a idolatria do dinheiro, que não dá oportunidades para satisfazer essas necessidades básicas, nem perspectivas para as futuras gerações. Um sistema econômico-político que exclui multidões das melhores condições de vida, em favor de alguns poucos que se enriquecem ainda mais. É o império do dinheiro, que em vez de ser um meio de intercâmbio de bens para a convivência social, tornou-se um ídolo que exige o sacrifício de vítimas para se poder manter no poder.

Questão de ética cristã

A opção pela paz, a promoção da justiça e o respeito dos direitos de todo ser humano tornam-se questão de fé cristã, que é levada sério quando posta em prática por meio de uma ética cristã. Essa ética torna-se o desafio social do pontificado do Papa Francisco. No primeiro encontro mundial dos movimentos populares, já em 2014, sob o tema “terra, teto e trabalho” ele propõe uma economia que se preocupe com o desenvolvimento de todos os membros da sociedade, sobretudo dos mais pobres e necessitados.

Bem comum

Para o Papa Francisco, ser cristão implica em pensar e agir em termos de comunidade, de prioridades da vida de todos sobre a apropriação dos bens por parte de alguns. É também lutar contra as causas estruturais da pobreza, contra a desigualdade e a falta de trabalho, de terra e de teto, contra a negação dos direitos sociais e laborais. É enfrentar os efeitos destruidores do império do dinheiro: as deslocações forçadas, as emigrações dolorosas, o tráfico de pessoas, a droga, a guerra, a violência. A solidariedade é uma forma de fazer história e é isto que os movimentos populares fazem.

Artigo publicado na edição de maio do Jornal da Arquidiocese.

Ano de São JoséartigoJornal da ArquidiocesePe. Vitor Galdino Feller

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