Somos construtores da paz – Por Dom Wilson

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Somos construtores da paz – Por Dom Wilson

No dia 04 de outubro de 2015, festa de São Francisco, a Igreja do Brasil realiza uma grande manifestação em favor da paz. Também a Arquidiocese está promovendo momentos de oração e de reflexão sobre a paz. Foi uma decisão da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil que durante o ano de 2015 se promovesse atividades em prol da paz. A finalidade é fazer tomar consciência de muitos aspectos que perturbam a paz e que nos tornássemos ativos construtores da paz.

Alguns dados estatísticos ajudam a perceber que atualmente a paz é agredida. O número de mortes violentas no Brasil é de 138 mil por ano – trânsito, afogamentos e homicídios. Nos últimos 30 anos os homicídios tiveram um aumento de 259%. Dos assassinatos realizados no mundo, 11% acontecem no Brasil. A cada 10 minutos uma pessoa é morta no Brasil. De 1980 a 2012 foram assassinadas 1.202.245 pessoas e 1.045.335 morreram vítimas de acidente de trânsito. O custo anual da violência no Brasil é de 258 bilhões (2013).

A violência e a criminalidade estão presentes em todas as camadas sociais. Os setores mais abastados investem cada vez mais em segurança e proteção. As classes menos favorecidas fazem aumentar o número de vítimas. Os estudos feitos não comprovam a tese de que a criminalidade violenta esteja relacionada com a pobreza. As ações que são tomadas a partir desta premissa não costumam surtir os efeitos desejados.

O sistema de justiça criminal brasileiro – polícia, ministério público, justiça, sistema prisional – não tem respondido adequadamente à sofisticação da criminalidade. A ação é reativa na maioria das vezes. Atua depois de ter acontecido o crime. O atual sistema acaba por criar setores mais protegidos e outros menos protegidos.

A criminalidade e a violência se alimentam da cultura do descartável, baseada na satisfação pessoal em detrimento do bem comum e do respeito à dignidade da pessoa humana. Que a Caminhada da Paz, do dia 04 de outubro, seja uma oportunidade para tomar consciência de que devemos fazer alguma coisa para reverter esta situação. Que a sociedade se empenhe em construir um relacionamento de fraternidade, um relacionamento que produza a paz.

Por: Dom Wilson Tadeu Jönck, Arcebispo de Florianópolis

Artigo de Dom Wilson

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