Professor Carlos Martendal completa 25 anos de Jornal da Arquidiocese

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Professor Carlos Martendal completa 25 anos de Jornal da Arquidiocese

Com palavras simples, mas profundas, há 25 anos Carlos Martendal descreve em seus “Retalhos do Cotidiano”, no Jornal da Arquidiocese (pág. 3), a beleza e a riqueza de viver e contemplar a fé em nosso dia a dia. Aos 79 anos, o ex-professor de língua portuguesa ainda carrega o título de sua profissão entre as pessoas que o admiram – talvez pelo seu testemunho altivo e humilde de alguém cheio de sabedoria.

Natural de Luiz Alves, é viúvo desde 1997 quando entregou aos braços do Pai a alma da amada esposa, Maria Aparecida Graipel Martendal, a quem cita constantemente e dedica muito do seu trabalho evangelizador. É pai de três filhos: Adriano, Raquel e Sandra, e avô de quatro netos: Artur, Mariana, Beatriz e Rafael. Leigo engajado na Pastoral Familiar e membro das Equipes de Nossa Senhora, Martendal é Ministro Extraordinário do Batismo e da Eucaristia, além de ter sido membro da Comissão de Construção da Igreja Nossa Senhora da Glória, no Balneário, em Florianópolis.

O convite para contribuir com uma coluna do jornal partiu do seu então diretor, Pe. José Artulino Besen e, desde maio de 1998, continuou a contribuir em todas as edições. “Além disso, e como a vida já vai longa, posso contemplar um pouco os anos de atuação na Missa na TV. Desde que ela começou, em 31 de maio de 1981, e a convite do Pe. Aquilino Antônio dos Santos, ali, nos domingos em que estou na escala, o bom Deus me permite servir”, acrescenta o colunista.

Como ele se sente partilhando seu conhecimento e suas reflexões com tantas pessoas? “A felicidade está em poder fazer frutificar os dons recebidos. Todo bem que se pratica vai produzindo o bem nos outros também. De que forma, só na eternidade se saberá. Mas veja: às vezes recebo a informação de que um sacerdote brasileiro, lá no Japão, aprecia os textos que redijo para meus programas de rádio; em outro momento, alguém me diz que uma senhora já idosa, lá no interior da Ilha, cada vez que está na hora do programa, e que coincide com aquela em que vai tirar leite de sua vaquinha, leva o radinho de pilha para não perder a audição. Recentemente, uma técnica que veio colher material para meu exame de sangue disse que desde criancinha acompanhava o programa Palavra Viva sentada no colo da mãe. Não há dinheiro que pague a alegria de tomar conhecimento dessas coisas. Como não ser feliz com tanta bondade revelada? Quando se faz o bem, nunca se sabe quanto bem se faz, não é mesmo?”, responde.

Programa Palavra Viva

Além de 25 anos como colunista no jornal, Martendal também celebrou esse ano 1000 edições do seu programa de rádio, Palavra Viva.

“Em janeiro de 2002, Dom Augustinho Petry, então Bispo de Rio do Sul, e eu fomos a Ingleses, convidados por um casal amigo, Hélio e Selma Cardoso, para um bom café da tarde. Igualmente ali estava o Pe. Márcio Alexandre Vignoli, pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus que, a certa altura, convidou-me para apresentar programa na Rádio Santa Catarina, emissora que a Comunidade Divino Oleiro havia adquirido. Logo aceitei e poucos dias depois dirigi-me à emissora, para falar com o Sedemir, hoje querido padre. E no dia 6 de março daquele ano, o Palavra Viva foi ao ar pela primeira vez. Com a graça de Deus, já transcorreram 21 anos; em fevereiro tive a graça de completar 1.000 programas, sem nunca ter repetido nenhum deles”, orgulha-se ele.

A Rádio Santa Catarina transformou-se mais tarde em Rádio Cultura e, mais adiante ainda, em Rádio Divino Oleiro AM1110. Ali foi o berço e, dados os primeiros passos, o programa caminhou em direção às rádios da Comunidade Divino Oleiro em Balneário Camboriú e Itajaí. Alcançou, também, a Rádio Tubá, de Tubarão, e Webrádios em São Paulo, na capital catarinense e em Rancho Queimado.

A inspiração para seus escritos e programas vem de fontes variadas. Datas comemorativas e eventos da Igreja indicam o que poderá apresentar no programa. “Além disso, há muitas possibilidades: tudo o que envolve a criação, a família, a pátria, os costumes, a educação e, de modo especial, os documentos da Igreja, os livros de espiritualidade e as vidas dos santos. Tenho mais de duzentos assuntos catalogados, resultado de muitas leituras e pesquisas que fui registrando ao longo dos anos.”

Até a pandemia, os programas sempre foram apresentados ao vivo, presencialmente; depois, ao vivo por telefone e, ultimamente, em razão de a emissora de Florianópolis estar temporariamente fora do ar, gravo por telefone. A edição é feita na Rádio Divino Oleiro FM, de Balneário Camboriú.

Perguntado sobre o episódio que mais guarda com carinho em seu coração, reafirma sua predileção em abordar o casamento e a família, onde se assenta a base de toda a sociedade: “E aí vêm as vocações, os dons que recebemos, o amor e o serviço, a fé e a esperança… Um dos programas que me tocou foi aquele em que falei da vida que a Cida e eu vivemos (já faz 25 anos que ela faleceu), outro aquele em que recordei os mais de 30 anos de magistério e, ainda, aqueles em que entram os filhos e os netos.”

O professor encerra a entrevista com a mesma humildade a que é conhecido: “Olhe: no final do questionário que me enviou, você fez algo que só os corações nobres sabem fazer: agradeceu-me ‘a disponibilidade e a generosidade de partilhar com tanta gente aquilo que Deus brota no seu coração’. E ainda acrescentou: ‘É uma riqueza’. Pois sabe que me lembrei de Dom Helder Câmara? Ele dizia que somos o jumentinho do Senhor, que temos a honra de carregar Jesus no ‘lombo’ pelas ruas de nossas cidades, como aquele animal teve de carregar o Mestre pelas ruas de Jerusalém… Quer dizer, todo o bem procede de Deus e a Ele é devido;  cada um de nós pode ter a alegria e a graça de ser seus instrumentos!”.


Carlos MartendalJornal da Arquidiocese

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