Palavra do Arcebispo: Tempo da Quaresma

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Palavra do Arcebispo: Tempo da Quaresma

Sabemos todos que a quaresma é um tempo de preparação para celebração mais importante da vida cristã: a Páscoa. É um tempo de penitência, de renúncia, de mortificação dos sentidos. Cada um é convidado a viver com maior intensidade aquelas atitudes que caracterizam a vida cristã. O Evangelho da liturgia da Quarta Feira de Cinzas recorda as ações do judeu devoto: esmola, oração e jejum.

A prática da esmola lembra que devemos viver como irmãos. O discípulo de Jesus é chamado a ser um construtor de fraternidade. O que eu tenho e o que eu sou é para os outros. Deve ser colocado a serviço do irmão que vive ao lado. É para construir o bem comum. Por isso a esmola deve ser praticada sem ostentação. Não se deve buscar o aplauso. Quando se age para buscar o reconhecimento do outro, tornamo-nos escravos do aplauso do outro.

A oração nos coloca em relação com Deus que nos criou. A pessoa que tem vida de oração faz crescer em si a consciência de que é filho. A prática quaresmal deve desenvolver aquelas atitudes que nos caracterizam como filhos de Deus – o amor, o perdão, a misericórdia… Somos convidados a buscar a proximidade de Deus. O contrário deste movimento são as atitudes do ímpio. Este prefere afastar-se de Deus. Vive-se a quaresma como um aproximar-se de Deus.

A prática do jejum coloca-nos no relacionamento conosco mesmos e com o mundo onde estamos situados. O jejum lembra-nos de que não criamos a nós, somos filhos e que somos limitados. Somos convidados a abraçar a sobriedade e a humildade. Combatemos assim a tendência a encher-nos de nós, o narcisismo, a hipocrisia e as ideologias que nos fazem sentir superiores aos outros. Em tudo que fazemos coloca-se a alternativa: estar diante dos homens ou estar diante de Deus. Deus vê o que vai no coração.

Ainda uma palavra sobre a CF-23. Na quaresma somos convidados a intensificar as obra de misericórdia. E a CF-23 nos convida a reforçar o dar pão a quem tem fome. Três passagens do Evangelho podem nos ajudar. “Toda vez que destes de comer a um destes pequeninos, foi a mim que fizestes” (Mt 25,40). Os apóstolos queriam mandar a multidão faminta para suas casas. Jesus não concorda e diz: “Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16). Jesus diz também: “Não só de pão vive o homem” (Mt 4,4). Alimentar-se é uma necessidade e ao mesmo tempo um direito de toda pessoa. E os alimentos não chegam a todas as mesas. Há que se combater a indiferença, o desperdício e a má distribuição dos alimentos produzidos.

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