“O Todo Poderoso fez grandes coisas em meu favor; elevou os humildes” (Lc 1,49.52).
Meditatio (meditação)
Em seu canto de louvor a Deus, Maria personifica a piedade dos pobres de Israel. O Magnificat expressa tanto o júbilo coletivo do povo simples de Israel quanto a alegria particular de Maria. Como discípula primeira, Maria se torna porta-voz dos humilhados. Ela está em situação humilhante porque está associada aos oprimidos (Lc 1,52). Ao proclamar as maravilhas que o Senhor operou em sua vida, a Virgem reconhece que o Senhor é o Deus dos humildes. Seu cântico, que sintetiza toda a história da salvação, faz eco às palavras de Jesus: “todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado” (Lc 14,11). Por se fazer Serva do Senhor, Maria foi exaltada acima de toda criatura. A Virgem é o ícone da pessoa humilde que Deus exaltou. “Ela brilha como sinal de esperança segura e de consolação, aos olhos do povo de Deus peregrinante” (LG 68).
Oratio (oração)
“A minha alma engrandece o Senhor, e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador” (Lc 1,46-47).
Contemplatio (contemplação)
bra do Senhor no grandioso sinal que surgiu no céu: a Mulher vestida do Sol da justiça (Ap 12,1), glorificada com a coroa da vitória e plenificada de ressurreição.
Missio (missão)
Sinal de esperança, a Virgem assunta aos céus participa da ressurreição inaugurada por seu Filho. A assunção é extensão graciosa da Páscoa de Cristo: Maria foi ressuscitada por Deus. A Virgem é “a perfeitamente redimida” (K. Rahner). Ela já é aquilo que um dia nós seremos. Transfigurada pelo Senhor, Maria confirma nossa esperança cristã: há vida plena e ressurreição para o ser humano na totalidade do seu ser, em seu corpo e em sua alma. Ela nos antecede, nos representa e nos espera em seu amor de mãe. Em Maria, a humanidade reconhece que um mundo melhor é possível e canta a utopia de uma vida nova no presente da história. Somos missionários e caminhamos em companhia daquela que foi assumida por Deus. Nossa meta é Cristo! Nossa missão é levar vida e ressurreição a toda criatura.
Por Pe. Wellington Cristiano da Silva
Artigo publicado na edição nº 215 do Jornal da Arquidiocese
Agosto de 2015